Aérea americana, Delta Airlines, usa programa de milhas para fazer caixa

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A Delta Air Lines anunciou que vai usar seu programa de fidelidade para garantir dinheiro para enfrentar a pandemia de covid-19, com a captação de US$ 6,5 bilhões com apoio do seu programa SkyMiles.

Por Dow Jones Newswires — Nova York


A Delta informou nesta segunda-feira que fará uma emissão de títulos privados e entrará em uma linha de empréstimo a prazo apoiada pelo programa, sua maior arrecadação de fundos até o momento para enfrentar a queda no tráfego provocada pela covid-19.

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Embora a Delta tenha levantado US$ 16,5 bilhões desde o início da pandemia, a aérea ainda queima US$ 27 milhões em dinheiro por dia, disse o diretor financeiro, Paul Jacobson, na semana passada.

As companhias aéreas receberam US$ 25 bilhões em ajuda do governo americano, que aprovou em março um amplo pacote de estímulo para ajudar as aéreas a preservar empregos. Mas esse dinheiro deve acabar no fim deste mês, e as negociações para um novo pacote de alívio à pandemia, que poderia incluir mais assistência para as companhias aéreas, foram paralisadas. As companhias aéreas traçaram planos para dispensar dezenas de milhares de funcionários no início de outubro, incluindo mais de 1.900 pilotos da Delta.

Com a demanda por viagens oscilando em torno de 30% dos níveis do ano passado e mostrando poucos sinais de recuperação, a sobrevivência das companhias aéreas depende de sua capacidade de levantar o máximo de dinheiro possível. Depois de hipotecar aviões, horários de pousos e decolagens (slots) em aeroportos congestionados e rotas lucrativas, as companhias aéreas têm recorrido a programas de fidelidade para garantir empréstimos.

A United Airlines Holdings, em julho, levantou US$ 6,8 bilhões com o apoio de seu programa MileagePlus. A Spirit Airlines disse no início deste mês que arrecadaria US$ 850 milhões apoiados por seus programas de fidelidade.

A American Airlines Group, por sua vez, colocou seu programa de fidelidade como garantia para um empréstimo governamental de quase US$ 4,8 bilhões, como parte de outro programa de ajuda aérea sob a Lei Cares, do governo americano. Embora a Delta seja elegível para captar US$ 4,6 bilhões sob esse programa, a companhia aérea decidiu não buscar o empréstimo do governo, disse um porta-voz.

As companhias aéreas criaram programas de fidelidade na década de 1980 como forma de incentivar a repetição de vendas para seus melhores clientes, em troca de viagens gratuitas. Sua popularidade explodiu e, nos últimos anos, tornaram-se grandes fontes de receita para companhias aéreas.

As operadoras ganham dinheiro principalmente com a venda de milhas a bancos e varejistas que, em seguida, as concedem aos clientes que assinam cartões de crédito e fazem compras.

Os programas de fidelidade também podem ser atraentes para os bancos por causa de sua associação de alto valor. Quando renovou sua parceria de marca conjunta com a American Express no ano passado, a Delta disse que esperava que seu benefício do relacionamento dobrasse para quase US$ 7 bilhões anuais em 2023, ante US$ 4 bilhões em 2019. A Delta é responsável por cerca de 20% dos saldos da AmEx no mundo, tornando-se a maior conta conjunta da AmEx.

As companhias aéreas dizem há anos que seus programas de fidelidade têm um potencial inexplorado, mas não descobriram a melhor maneira de monetizá-los. Jacobson disse em julho que o financiamento da United poderia abrir caminho para acordos semelhantes com outras aéreas.

Em crises anteriores, as empresas venderam grandes quantidades de milhas aos seus parceiros de crédito, mas a abordagem tem desvantagens. As companhias aéreas que fazem isso sacrificam os fluxos de caixa futuros, e o valor que uma companhia aérea pode levantar de um único banco por meio de tal venda é limitado, disseram os executivos.

 

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