Começou nesta segunda-feira (12), em Durban, o Africa’s Travel Indaba 2025, uma das maiores feiras de turismo do continente africano. Com foco na integração regional e inovação estratégica, o evento reuniu líderes da indústria, empreendedores e representantes de governos para debater o futuro do turismo africano em uma série de painéis dinâmicos e inspiradores.
Por Vinicius Siruli, direto de Durban – Especial para o DIÁRIO
O painel “Colaboração Regional: Unindo Forças para Impulsionar a Economia do Turismo na África” deu o tom do evento, ao reforçar a necessidade de uma abordagem continental integrada. Thembisile Sehloho, diretora de marketing da South African Tourism, foi enfática:
“O sucesso do turismo na África do Sul depende do sucesso do continente como um todo,” afirmou.
Com exemplos práticos de campanhas bilaterais com países como Gana, ela defendeu uma nova fase para o turismo africano, centrada em experiências autênticas e impacto local. Iniciativas de turismo rural e parcerias com pequenas empresas foram apresentadas como caminhos para um crescimento mais inclusivo.


A juventude e o turismo como alavanca de inclusão
No painel “Africa’s Voice at G20”, o destaque foi o papel da juventude e das PMEs na redefinição da identidade africana. Zimasa Vabaza, defensor da inclusão, lembrou que o continente abriga a população jovem mais dinâmica do mundo e que o turismo já responde por 12,7% do PIB continental e mais de 24 milhões de empregos.
“Nosso desafio central é a geração de empregos. Para isso, precisamos empoderar comunidades, estudantes e jovens empreendedores.”
Carol Ofori, que mediou o painel, reforçou a importância da colaboração política e institucional para romper barreiras de acesso, como a burocracia para viagens intra-africanas.

Cultura, cinema e posicionamento de marca
Uma das falas mais impactantes do dia veio de Onke Dumeko, estrategista cultural e diretora de operações da National Film and Video Foundation (NFVF). Para ela, o futuro do turismo africano está diretamente ligado à forma como o continente comunica sua identidade ao mundo.
“Na África do Sul, nossa narrativa é fragmentada. Vendemos vida selvagem, mas animais existem em todo o mundo. Precisamos definir: o que a África do Sul representa?”
Dumeko defendeu o fortalecimento do turismo cinematográfico, com políticas públicas que incentivem produções locais a retratar elementos culturais e ícones nacionais. Ela propôs ainda a criação de “taxas culturais” em produções audiovisuais, como ocorre em cidades como Nova York.
“Se o novo posicionamento é ‘South Africa Awaits – Come Find Your Joy’, isso precisa aparecer em tudo: de filmes a políticas públicas.”

Integração, acessibilidade e sustentabilidade
O tema da acessibilidade também esteve presente nos debates, com especialistas defendendo a criação de pacotes regionais, vistos facilitados e tarifas especiais para turistas africanos. Em sua fala, o moderador Dr. Osweili foi direto:
“Viajar dentro da África ainda é caro e burocrático. Enquanto estivermos fragmentados, será difícil competir globalmente.”
Outras ações práticas apontadas incluíram a adaptação de serviços hoteleiros para perfis variados de hóspedes e a inclusão de turismo sustentável no currículo escolar.
Encerramento inspirador
Charmida Forium, responsável pelo encerramento da sessão inaugural, sintetizou o espírito do evento:
“Durban e a África do Sul têm tudo para brilhar no G20. Vamos colaborar, unir vozes e garantir que este evento traga benefícios para todos os africanos.”
O Africa’s Travel Indaba segue até quinta-feira (15) de Maio de 2025, com a expectativa de movimentar negócios, impulsionar o turismo regional e reforçar a imagem do continente como protagonista do setor turístico global.
*O repórter Vini Siruli viajou a convite da South African Tourism, representada pela Business Factory e Índigo Hotelaria – O repórter viaja com Seguro GTA.
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