Agências de viagens como ViagensPromo e outras agências buscam soluções financeiras para evitar colapso
O mercado de turismo no Brasil atravessa mais um momento turbulento. Depois da recuperação judicial da 123milhas e da crise da Hurb, agora é a ViagensPromo que acende o alerta no setor. A operadora, que movimenta R$ 720 milhões por ano em pacotes, enfrenta atrasos nos pagamentos a fornecedores, levando companhias aéreas a restringirem suas vendas para a empresa.
Crise Financeira e Problemas Operacionais
A ViagensPromo, fundada em 2018 por Renato Kido, opera no modelo B2B, comercializando pacotes de viagem por meio de agências. Embora, até o momento, nenhum viajante tenha sido prejudicado, a falta de crédito no mercado coloca em risco sua capacidade de continuar operando.
Um dos principais fatores apontados para a crise foi a estratégia agressiva de parcelamento, permitindo compras em 15 vezes sem juros, algo insustentável diante do aumento das taxas de juros. Além disso, promoções como a oferta de passagens aéreas grátis para o segundo passageiro levantaram questionamentos no setor.
A crise se intensificou recentemente, com a falta de pagamento a funcionários PJ e a suspensão do plano de saúde, levando parte da equipe a pedir demissão. Sem crédito junto às companhias aéreas, a ViagensPromo passou a depender de consolidadoras, como a Flytour (do grupo BeFly), para manter suas vendas ativas.
Agências de Viagens e Reestruturação Financeira
Em nota, a ViagensPromo confirmou que está passando por uma reestruturação financeira e que negocia com fornecedores para ajustar prazos e rever contratos. A empresa espera concluir esse processo até março, destacando que todas as reservas feitas estão sendo honradas.
O caso da ViagensPromo não é isolado. Outra empresa do setor, a VouPra, especializada em pacotes para a Disney, também iniciou negociações com credores devido à alta do dólar. O mercado já enfrenta um cenário desafiador desde a recuperação judicial da 123milhas, o maior caso do tipo no Brasil, com mais de 700 mil credores.
Com um cenário econômico instável e um modelo de negócios em transformação, as operadoras de turismo precisam rever suas estratégias para garantir sustentabilidade financeira e a confiança do mercado. (Com infirmações de Cristian Favaro – Valor Econômico)