Os Airbus A350 e A380 serão equipados em um futuro próximo com caixas pretas ejetáveis eflutuantes, o que facilitará sua localização em caso de acidente no mar, informaram várias fontes nesta segunda-feira (12).
“A Airbus recebeu, no final do ano passado, o sinal verde da AESA (Agência Europeia de Segurança Aérea) para efetuar as modificações necessárias em seus aviões para instalar estas novas caixas pretas na parte traseira”, disse à AFP uma das fontes.
Um porta-voz da AESA confirmou que a agência trabalha “na atualização do regulamento de certificação denominado CS 25 (CS por Certification Specifications, 25 pelos aviões de transporte comercial) para que haja essa possibilidade de equipar as aeronaves com essas caixas pretas”.
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“A modificação geralmente é rápida”, disse.
Esta tecnologia, já testada no âmbito militar, não é usada na aviação civil, já que há alguns anos, os acidentes aconteciam na decolagem ou no pouso, fazendo com que as caixas pretas fossem facilmente encontradas.
Mas a catástrofe do voo Rio-Paris da Air France, em 2009, cujas buscas levaram dois meses até que se encontrassem as caixas pretas no fundo do Oceano Atlântico; o desaparecimento no dia 8 de março de 2014 de um avião da Malaysia Airlines no Oceano Índico, cujos destroços continuam desaparecidos; e, mais recentemente, o acidente da AirAsia no mar de Java tornaram imprescindíveis buscar soluções concretas para encontrar as caixas pretas.
“A ideia é modificar as caixas pretas para que cada uma registre tanto as informações do voo, como as conversas. Uma seria ejetável e a outra, não”, explicou à AFP uma fonte próxima ao fabricante europeu.
A caixa preta ejetável seria equipada com um sistema de airbag para mantê-la na superfície em caso de acidente no mar, o que permitiria a recuperação dos dados e das conversas, além de se apontar o lugar exato da queda, para a localização dos destroços e das vítimas.
“A utilização de uma caixa preta ejetável precisa modificar a escotilha situada no estabilizador vertical do avião”, acrescentou a fonte próxima ao fabricante.
A Airbus pretende modificar prioritariamente os aviões de última geração, como o A350 e o A380, utilizados em voos transatlânticos.