Alexandre Sampaio, presidente da FBHA: “queremos impulsionar o potencial da economia criativa”

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RETRÔ 2018 – Publicado dia 5 de outubro

A entrega das reivindicações do setor do turismo aos  candidatos à presidência da República e aos cargos de governador, senador e deputados talvez sintetizem o trabalho que Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação vem fazendo em prol do setor.

REDAÇÃO DO DIÁRIO

Sampaio, que  é hoteleiro por formação, destaca algumas dessas reivindicações nesta entrevista concedida ao jornalista Paulo Atzingen, editor do DIÁRIO: “manutenção do Ministério do Turismo, desenvolvimento do pacote Brasil + Turismo, política de licenciamento ambiental diferenciada, regulamentação das plataformas de hospedagem familiar no Brasil, ampliação do enquadramento do simples para contemplar hosteils”, entre outros pleitos.

Sampaio também fala de Economia Criativa e das novas eras que se avizinham trazendo inteligência artificial e comodidade digital na palma da mão: “No Brasil ainda pode levar um tempo para que as possibilidades tecnológicas cheguem de fato e se instalem no nosso setor”, avalia. Confira a entrevista:

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DIÁRIO – Um novo presidente da CNC foi escolhido para o quadriênio 2019-2022. Quais são os principais desafios da Confederação?

 

ALEXANDRE SAMPAIO: A CNC é forte no segmento econômico que representa e, por isso, é importante que esteja cada vez mais presente no debate nacional do setor com propostas importantes. José Roberto Tadros é um empresário com atuação de destaque no mercado hoteleiro e tenho certeza de que vai dar sequência no processo de modernização da entidade e também no trabalho eficiente para o desenvolvimento do turismo no Brasil. É um homem culto, competente, que busca, acima de tudo, a conciliação e a união. Venceu a eleição com grande maioria e a Federação continuará oferecendo todo o seu apoio, pois as entidades sempre trabalharam em conjunto.

 

DIÁRIO – o senhor sempre frisa em suas entrevistas ou pronunciamentos que o Brasil tem um ambiente inóspito para empreender no turismo. Além da reforma tributára a legislação ambiental são dois entraves. O senhor poderia detalhar?

 

ALEXANDRE: Temos feito um grande esforço em prol da união das principais entidades do setor de turismo neste momento de transição no país para que possamos propor soluções a vários desafios do setor que podem contribuir para o crescimento econômico. A entrega do documento com sugestões e reivindicações do setor ao candidatos à presidência da República e aos cargos de governador, senador e deputados foi uma ação conjunta e esperamos que por um retorno positivo breve. Podemos destacar alguns pontos que considero importantes para o futuro do setor como a manutenção do Ministério do Turismo, desenvolvimento do pacote Brasil + Turismo, política de licenciamento ambiental diferenciada, regulamentação das plataformas de hospedagem familiar no Brasil, ampliação do enquadramento do simples para contemplar hosteils, pequenas pousadas e restaurantes, revisão para a manutenção do regime especial de contribuição previdenciária patronal sobre a folha de pagamento de hotéis e restaurantes para lucro real e presumido, dado que somos grandes empregadores.

Economia Criativa

DIÁRIO – Fala-se muito de economia criativa. Ela já está sendo inserida no âmbito da FBHA?

 

ALEXANDRE: Sim.  A FBHA, como líder sindical patronal em âmbito nacional, procura sempre levantar o debate sobre temas que podem impulsionar o potencial da economia criativa no setor. Todo processo que envolve a economia criativa pode resultar numa nova percepção de valor que beneficia o nosso segmento. A cadeia que envolve toda essa economia, como a cultural, de moda, de arte e até de tecnologia da informação, pode ampliar as possibilidade de turismo e de hotelaria. A FBHA defende, por exemplo, o melhor aproveitamento da Lei Rouanet e de incentivos fiscais para atração de eventos que podem ir além da natureza cultural, como a inclusão de eventos de tecnologia de ponta e de projetos de desenvolvimento para que possamos atrair visitantes para os municípios. Costumamos orientar os sindicados filiados e os estabelecimentos observem a legislação, os eventos de suas praças e o direcionamento de projetos aprovados para que possam aproveitar e investir.

 

DIÁRIO – Diante de novos tempos tecnológicos que se aproximam – como o senhor vê a hotelaria (como hoteleiro que é) daqui a alguns anos, considerando a inteligência artificial, internet das coisas, Big Data e a Nova Hospitalidade.

 

ALEXANDRE: A velocidade da tecnologia hoje em dia é espantosa e as coisas avançam bem rapidamente. É possível que a tecnologia cresça em alguns nichos, mas o Brasil ainda pode levar um tempo para que as possibilidades tecnológicas cheguem de fato e se instalem no nosso setor. Principalmente por conta do alto custo de investimentos, dos altos impostos e também porque a economia no país é, de certa forma, bem fechada em alguns setores. Mas vamos avaliar os campos de restaurantes e hotéis, por exemplo. No nicho específico de restaurantes, o cliente ainda busca um restaurante gourmet, uma assinatura de um chef, produtos e serviços de alto valor agregado com diferenciais de inovação. E, para isso, precisamos do ser humano. No Canadá, na cidade de Toronto, existe um restaurante em que a cozinha é toda mecanizada, mas ela produz apenas cinco pratos. No caso de hotéis, é possível implantar totens de atendimento ou até solicitação e pagamento de determinados serviços por meio de plataformas digitais acessíveis por celular. Mas a questão é que os custos são altos e precisamos prover empregos para a população.

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