Amor verdadeiro começa onde não se espera mais nada em troca

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“Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer(…). Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.”

Saint-Exupéry

Essa frase poderosa tem uma grande lição sobre Consuelo Suncin, esposa de Saint-Exupéry e inspiração para a Rosa de “O Pequeno Príncipe”. Evidente que toda rosa tem espinhos, mas será que o amor genuíno construído em cima de uma relação saudável e madura, também tem os seus espinhos, e consequentemente, haver momentos em que faz sofrer?

Um grande exemplo de uma relação de muitos altos e baixos é o próprio casal Saint-Exupéry. Foi um casamento em que os dois eram muito apaixonados, mas isso não os faziam ser imunes a crises, ciúmes, traições, mágoas e quebra de confiança. Talvez essa citação seja um recado para ele próprio, já que ele tanto era magoado como também magoava.

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Inclusive, em 1940, em uma viagem para Nova York, acredita-se que além de convencer os americanos a entrar na guerra e lutar ao lado dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial, receber Grande Prêmio do Romance da Academia Francesa pelo livro “Terra dos Homens”, além de focar em sua carreira literária que resultou na produção de “Piloto de Guerra” e “Carta a um Refém” que foi ponta pé para a criação de seu maior sucesso “O Pequeno Príncipe”, além de todos esses fatos, essa viagem também teria sido importante em sua vida pessoal, para o escritor focar a cabeça em seu trabalho e ele e Consuelo darem um tempo na relação que sempre foi muito intensa.

Mas afinal, o amor faz ou não faz sofrer? Apesar de Saint-Exupéry e Consuelo não serem o melhor exemplo de uma relação saudável, não cabe a nós julgar se havia o amor genuíno entre eles. É evidente que na jornada de qualquer pessoa, principalmente quando elas andam juntas, que tenham pedras no caminho. Pedras pequenas que são fáceis de jogar para escanteio, outras maiores que necessitam retirá-las com as duas mãos, ou rochas enormes que precisam que os dois parem e pensem juntos como tirar aquele grande obstáculo do caminho.

Mas importante lembrar, que o amor e o respeito, principalmente, não devem faltar na relação, devemos nos lembrar sempre de respeitar a quem amamos e vê-la como pessoa, nunca como propriedade. E entender que havendo respeito, diálogo e muita força de vontade as brigas e mágoas podem ser diminuídas, afinal, o amor não deve doer e sim proporcionar o efeito contrário. O amor não é que vai causar feridas, mas sim curá-las e respeitando ao outro que parte desse sentimento é demonstrado.


Por José Augusto Cavalcanti Wanderley

Colaborou: Jornalista Nicole B. Vieira

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