por Ellen Oliveira – repórter freelancer do DIÁRIO
Durante a IX Convenção Schultz, que acontece em Gramado (RS), de 1 a 5 de março, Aroldo Schultz, presidente da operadora, concedeu entrevista coletiva juntamente com Luis Garcia, presidente da Euromundo e Adrien Genier, representante do Ministério da Suíça.
Aroldo explicou que a seleção dos agentes é feita pelo departamento comercial da Schultz. “Fazemos a seleção das agências que mais se destacaram em 2014, um dos critérios estabelecidos na Schultz, e diante do convite a agência envia o seu representante”.
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A Convenção Schultz acontece há nove anos, mas com a participação dos agentes de viagens desde 2013. Nas últimas três edições os eventos aconteceram na Costa do Sauípe (BA), Ilha de Itaparica (BA) e Gramado (RS).
Schultz fez uma retrospectiva de sua empresa, lembrando que começou há 29 anos com serviços de vistos consulares. Em 1997 iniciou a parceria com a Euromundo, que hoje representa cerca de 40% de sua receita. Mas somente há cinco anos a Schultz se transformou na segunda maior empresa de turismo do país, ficando atrás apenas da CVC. Em 2014 Aroldo expandiu seu negócio para Portugal.
“O sucesso da Schultz está na variedade de produtos oferecidos”, destaca Aroldo.
Para Luis Garcia, a alta do dólar não assusta, “Não foi o real que desvalorizou, mas o dólar que voltou a subir. Se comparamos o mercado de hoje com o do ano passado ele não mudou”. Para o presidente da Euromundo o mercado de turismo não será tão atingido por uma possível crise. É o que acredita também Adrien Genier, representante do Ministério da Suíça, “Quem programou uma viagem não vai deixar de viajar. Pode no máximo modificar o destino, mas vai seguir o plano de viagem”.
‘Se eu fosse pensar em crise não faria 86 eventos daqui até o final do ano. Nosso lema é: “Viemos pra ficar”. A Schultz nunca fechou no vermelho. A nossa empresa cresce anualmente justamente por termos uma visão empreendedora’, revela Aroldo.
Agentes e Tecnologia
Todos foram unânimes em afirmar que o agente de viagem é um profissional indispensável pro mercado de turismo. “O objetivo da convenção é a revalorização do agente de viagem. Diferentemente de outras empresas que acham que o agente não é mais necessário, aqui afirmamos que o sucesso do turismo mundial se dará apenas quando os profissionais forem capacitados e motivados por suas empresas dentro de cada categoria, finaliza Aroldo Schultz.
Conspiração e chute
De acordo com Schultz, há uma conspiração mundial contra o agente de viagem e grandes empresas (como as OTAs – Online Travel Agencies) querem acabar com a profissão visando a compra direta em grandes portais. “Empresas globais investem bilhões em tecnologia na tentativa de provar que o agente de viagem não serve para nada, aqui no Brasil tivemos exemplos. Compre direto no meu site, sem burocracia, sem perder tempo. Eu digo e repito, tem que passar pelo agente de viagem”, reforçou.
Segundo Aroldo, antigamente as companhias aéreas pagavam 9% ao agente de viagem para tirar uma passagem, pois o processo demorava uma hora. Ele ponderou: “Hoje talvez não seja justo pagar isso, pois um bilhete se emite com três cliques. É preciso remunerar a categoria, pois como as agências de viagens vão ter profissionais qualificados se não tem receita?” questionou. Nós remuneramos os agentes, e eles vivem da nossa comissão dos produtos terrestres. Em contrapartida, as companhias aéreas deram um chute nos agentes”, enfatizou.