As Areias de Ouro do Rio Grande do Norte

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Já andei de buggy em Genipabu e agora conheci as areias de ouro de Nisia Floresta. Ouro em seu sentido figurado, deixo claro. Chega de garimpos que destroem a natureza. 
Volto ao município agora para conhecer o seu potencial de praias, dunas e lagoas. Esses três atrativos, formam a trindade da riqueza do terceiro milênio. Sabendo explorá-los com inteligência, sabedoria e consciência deixaremos um mundo melhor para as gerações que virão.
Por Paulo Atzingen, de Nisia Floresta*

Essa natureza tropical que o tempo ergueu por aqui distribuiu de forma ordenada as dunas e as lagoas em um processo contínuo de chuva e vento permanentes,  uma ordem caoticamente pensada para formar paisagens impossíveis de traduzir, mas sim, sentir. São montanhas de terra esmigalhada pelo tempo formando linhas esculpidas com a vontade de uma obra-prima. No Circuito das Dunas de Búzios em Nísia Floresta fotografei, filmei e frui a vida com emoção.

As Areias de Ouro do Rio Grande do Norte
Esses três atrativos, dunas, praias e lagoas formam a trindade da riqueza do terceiro milênio. (Crédito: Canindé Soares)

Contemplação

Mas por essas ondas de areia acontece também a contemplação (ou a estupefação) que resulta sem a adrenalina e sem o medo quando mergulhamos duna abaixo. Essa contemplação surge da beleza do cenário. Uma linha do horizonte sustenta um mar esverdeado que concorre com o céu ao prêmio da beleza maior. A duna colossal com sua curva entalhada pelos sopros do vento tem linhas paralelas desenhadas pelos pneus das máquinas do homem, personagem secundário que chegou por aqui 100 anos atrás com suas rodas de borracha.

As Areias de Ouro do Rio Grande do Norte
Esses três atrativos, dunas, praias e lagoas formam a trindade da riqueza do terceiro milênio (Crédito: Canindé Soares)

Novo Ciclo Econômico

A conquista destas dunas e seu uso como fonte de trabalho e dinheiro se dá depois dos ciclos do algodão e da cana que já vão longe aqui no Nordeste e deixaram cicatrizes.

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A duna colossal com sua curva entalhada pelos sopros do vento tem linhas paralelas desenhadas pelos pneus das máquinas do homem…
Essa contemplação surge da beleza do cenário. Uma linha do horizonte sustenta um mar esverdeado que concorre com o céu ao prêmio da beleza maior…

Demorou um pouco para o descobrimento do valor que as dunas oferecem a quem as usa como parque de diversões. E tudo tem um preço.

Se os ciclos de cana e algodão foram prósperos para os senhores de engenho e para os exportadores de fibra, esses mesmos ciclos deixaram aqui também marcas sociais – leia-se cicatrizes – como a servidão e o empobrecimento de solo. O novo ciclo  econômico que vivemos com o turismo e a economia da felicidade, em especial esta aqui do Rio Grande do Norte – com suas areias de Ouro de Genipabu, Pipa ou Nísia Floresta -, não pode cometer os mesmos erros dos que os antecederam.

Já que a moda é dar dica, segue uma lendo a próxima matéria:


*Paulo Atzingen é jornalista e fundador do DIÁRIO DO TURISMO

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