As companhias aéreas interessadas na Avianca, baseada no Panamá, e sua unidade brasileira mostram que a América Latina mantém atratividade para empresas estrangeiras, mesmo diante da desaceleração econômica regional, com a derrocada de moedas locais.
Para compradores estrangeiros munidos de dólares, a Avianca oferece uma sólida posição em um continente com apenas um punhado de grandes competidores e bastante potencial inexplorado para lazer e viajantes de negócios, em uma região onde muitos ainda viajam longas distâncias de carro ou ônibus.
A United e a Delta estão competindo com a chinesa HNA Group por uma chance de comprar participação nas operações do empreendedor nascido na Bolívia German Efromovich, que vão de Havana ao Rio de Janeiro, disseram fontes na sexta-feira (3).
Uma série de perdas trimestrais de companhias aéreas da região, incluindo três no ano passado por parte da Avianca, não desmotivaram as empresas aéreas norte-americanas, que estão acumulando recursos por conta dos preços baixos de combustíveis, demanda forte em seu mercado doméstico e crescente receita com bagagem transportada e outros serviços, mas estão ficando sem espaço para crescer dentro dos Estados Unidos.
O dólar forte, que afeta a lucratividade de aéreas na América do Sul, torna as empresas aéreas da região alvos relativamente baratos para rivais estrangeiras que buscam ganhar terreno no continente e procuram se posicionar para uma retomada da economia.
“O mercado vai voltar a crescer”, disse o diretor executivo para os EUA da chinesa Hainan Airlines, Joel Chusid, falando enquanto veterano do setor de aviação sem qualquer conhecimento dos planos da controladora HNA.
Ganhando terreno
A United e a Delta têm mostrado ansiedade por reduzir a diferença perante a American Airlines, cuja fatia de mercado na América Latina é maior que as participações das duas combinadas, segundo dados da Euromonitor.
A American também possui acordo de compartilhamento de voos com a Latam Airlines, maior empresa aérea da região.
O presidente da Avianca Brasil, José Efromovich, disse no sábado em Zurique que a empresa está “aberta a oportunidades”.