Barco Cisne Branco ganha certificado de Carbono Zero (OUÇA O PODCAST!)

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O Cisne Branco é a primeira embarcação comercial brasileira a receber a certificação de Carbono Zero no Brasil

Reportagem: Neneca Campos (de Porto Alegre) – Texto:  Patrícia de Campos (da Redação do DT)


Na manhã de quinta-feira (23) ocorreu a entrega da certificação ao Barco Cisne Branco durante um passeio pela Ilhas do Delta do Jacuí, em Porto Alegre. O evento, com lugares reduzidos e seguindo todos os protocolos, contou com com palestra do biólogo, especialista em Ciências Ambientais e coordenador da PRIMA, Ricardo Harduim e de Flavio Ramirez, proprietário da Navegantes do Sul, escola de preparação náutica.
Verdadeiro Í­cone de Porto Alegre, o barco Cisne Branco é referência no turismo fluvial, entretenimento e lazer flutuante na capital do Rio Grande do Sul, além de ser exemplo de respeito ambiental.
A embarcação com capacidade para transportar 200 passageiros e 20 tripulantes, além de oferecer passeios náuticos, é hoje também um barco-escola.
A diretora do Grupo Cisne Branco, Adriane Hilbig, e proprietária do barco, integra o atual grupo de empresários portoalegrenses que entende a necessidade da conscientização ambiental e ações sustentáveis, para que o planeta consiga se manter vivo para as próximas gerações, sem perder o foco nos negócios e na competitividade.
“Já em 1999, o Cisne Branco recebeu um tanque de tratamento de rejeitos, deixando de poluir as águas do rio Guaíba. Aliás, essa medida deveria ser obrigatória em todas as embarcações, com base no sucesso dessa ação pioneira”, afirma Adriane.
“Acredito que todo projeto seja formado por ações que irão se somando ao longo do processo. Temos sido parceiros em projetos de educação ambiental, treinamos e conscientizamos nossa equipe, e nos tornamos um barco-escola também. Com a certificação Carbono Zero que recebemos, reafirmamos nossa visão e preocupação com o planeta”, afirma a executiva.
 


Em maio deste ano foi firmado um termo de cooperação entre Adriane e Flavio Ramirez, proprietário da Navegantes do Sul, escola de preparação náutica. Esse acordo fez do Cisne Branco um barco-escola, oportunizando um espaço para realização de um projeto ousado, capacitando profissionais da área.
“O Cisne Branco já desenvolvia um trabalho, nossa parceria abriu a possibilidade de capacitar e ampliar a conscientização ambiental e multiplicar conhecimento. Somos hoje referência, tanto que recebemos equipamentos de última geração, instrumentos eletrônicos de ponta, doação de importantes instituições. Essa parceria nos trouxe um grande senso de pertencimento”, afirma Flávio.
Adriane Hilbig fala sobre seu trabalho, ao lado de Ricardo Harduin, coordenador da Prima Mata Atlântica e Sustentabilidade e de Flavio Ramirez, proprietário da Navegantes do Sul (Crédito: João Pedro Zettermann)

Cálculos do Carbono Zero
Segundo Ricardo Harduin, coordenador da Prima Mata Atlântica e Sustentabilidade, o Cisne Branco emite carbono por conta do consumo de combustível fóssil (diesel) para o seu funcionamento e da própria geração de energia elétrica. “Além disso, tem os resíduos orgânicos que geram metano ao se decompor. Todos esses elementos têm que ser considerados. Pelos nossos cálculos, o Cisne Branco gera 800 quilos de resíduos orgânico por ano o que resulta em quase três toneladas de gases de efeito estufa que o barco emite para a atmosfera/ano. Isso significa, segundo os cálculos da Mata Atlantica, que se cada cinco árvores sequestra uma tonelada de carbono, há necessidade de se plantar 15 árvores para se fazer a compensação e zerar o carbono emitido pelo Cisne Branco”, explica o técnico.
Harduin finaliza sustentando que um conjunto de ações de funcionamento da sociedade tem acelerado a emissão de gases do efeito estufa em escala global, e o planeta não está tendo capacidade de se organizar sistemicamente. “O planeta já aqueceu mais de 1º de temperatura na última década. Graves eventos extremos devem surgir. A ONU calcula que até 2050 teremos mais de 2 bilhões de refugiados ambientais, além dos políticos, além dos refugiados de guerra”, prognostica Ricardo.
O Cisne Branco em seu habitat natural, o rio Guaíba, às margens de Porto Alegre (Crédito: divulgação)

 
 

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