Bayard Do Coutto Boiteux: Paralimpíadas, superação e autodisciplina

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POR BAYARD DO COUTTO BOITEUX

A primeira edição dos jogos Paralímpicos aconteceu em 1960, em Roma, na Itália. Foram 400 inscritos de 23 países. Eles nascem do evento Stocke Mandeville, na Inglaterra, onde aconteceram as primeiras competições esportivas, para pessoas portadoras de deficiências físicas, para reabilitar militares feridos na Segunda Guerra Mundial. São 27 modalidades diferentes, sendo que Tóquio vai sediar apenas 22, incluindo o badminton e o taekwondo.
Em plena pandemia, a abertura oficial com o estádio vazio nos emocionou: a cadeirante japonesa Yui Wago representava o avião de uma asa só que não conseguia voar e, com os amigos que encontra em sua jornada, entende as diversas maneiras de se alcançar um objetivo. E o aviãozinho decola…Emoção que mostra a superação que cada um dos atletas leva para a competição.
Sem dúvida alguma, o esporte deu visibilidade ao portador de alguma deficiência física, e o Brasil tem se mostrado uma potência. Desde que em Seul, tanto as Olimpíadas, como as Paralimpíadas passaram a acontecer no mesmo local, o evento teve um impulso grande e hoje mais de 4.000 atletas disputam as medalhas. O Brasil tem estado nos top 10 e mostrou um grande crescimento, que começou em Pequim.
Há pouca divulgação e promoção no Brasil. A TV Brasil é a emissora oficial dos jogos e a Globo resolveu também apoiar a divulgação do evento. Esperamos ver a alegria dos brasileiros nas redes sociais com as medalhas, assim como os jornais e as revistas. A primeira medalha de ouro na Natação passou desapercebida em redes que geralmente vibram com vitórias, como o Facebook e o Instagram. Há um desconhecimento grande de tal segmento do esporte e pouco interesse do público em geral.
Minha grande vontade é que com a pandemia tenha nascido mais solidariedade nas pessoas e que possam, até o dia 3 de setembro, mostrar seu apreço por cada um dos 234 atletas, a maior delegação brasileira. E bom lembrar que Tóquio conseguiu superar o Rio de Janeiro e tem a maior Paralimpíada. Embora o evento ainda seja predominantemente masculino (os homens são 57,9% dos competidores), houve um aumento de 10,6% das mulheres em relação a Rio-2016.
Sigamos acompanhando o evento, com emoção e solidariedade. Vamos enaltecer cada superação com nossas vozes e nossos corações e mostrar que estamos torcendo e engrandecendo a autodisciplina que nasce em cada atleta na competição.
Bayard Do Coutto Boiteux é funcionário público, professor universitário, escritor, pesquisador, cidadão do mundo e atua voluntariamente no Instituto Preservale e Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ. (www.bayardboiteux.com.br)

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