A secretária-executiva do Ministério do Turismo e chefe da delegação brasileira no Fórum Global de Economia do Turismo 2025 (GTEF), Ana Carla Lopes, cumpriu agenda estratégica em Pequim, na China, com a Associação Chinesa de Serviços de Viagem (CTSA), entidade que representa mais de 80% da indústria de turismo do país asiático. O encontro ocorreu na sede da associação e teve como foco a ampliação da cooperação turística entre Brasil e China.
REDAÇÃO DO DIÁRIO – com informações do Mtur
A CTSA reúne cerca de 3 mil agências de viagens chinesas e exerce papel central na organização do turismo emissivo do país. Representantes de duas empresas de serviços de viagem que atuam na América Latina, incluindo o Brasil, também participaram das reuniões.
Durante o encontro, Ana Carla Lopes destacou que o governo brasileiro vem adotando uma série de medidas para fortalecer a cooperação com o mercado chinês, especialmente no contexto do Ano Cultural Brasil x China. Entre as ações, estão iniciativas de promoção internacional, presstrips, famtours e roadshows voltados a investidores e operadores turísticos.
“Sabemos que o visto ainda é um desafio para os chineses conhecerem o Brasil, mas a demanda é crescente. Com o novo sistema eletrônico, atualmente em implantação, a expectativa é ampliar em cerca de 30% a entrada de turistas chineses no país. A China é estratégica não apenas do ponto de vista comercial, mas também turístico, e vamos trabalhar fortemente essa cooperação”, afirmou a secretária-executiva.
Os números reforçam o potencial do mercado. Em 2024, apenas uma agência de turismo de Pequim que opera no Brasil levou mais de 800 turistas chineses ao país. Em 2025, esse volume já ultrapassa mil visitantes, e a projeção para 2026 é de crescimento superior a 50%.
Para a vice-presidente da CTSA, Sui Guizhen, a aproximação entre os dois países é fundamental para ampliar o fluxo turístico. “Quando o turista chinês planeja uma viagem de longa distância, como à América do Sul, ele costuma visitar vários países. O Brasil está entre os destinos mais procurados. Nosso objetivo é estreitar laços e trabalhar de forma conjunta para que mais chineses tenham a oportunidade de conhecer o país”, destacou.
Conectividade aérea em pauta
Ainda em Pequim, a secretária-executiva do Ministério do Turismo recebeu, na Embaixada do Brasil, representantes das três maiores companhias aéreas chinesas para discutir conectividade aérea e a abertura de novas rotas entre os dois países.
Estudos de mercado da Embratur apontam o Brasil como o principal destino dos turistas chineses na América Latina. Em junho deste ano, a Hainan Airlines e a Air Europa anunciaram um acordo de codeshare para voos integrados via Madri, com destino a São Paulo, Lima e Cidade do Panamá.
“O visto eletrônico é uma excelente notícia para impulsionar o turismo chinês no Brasil. Queremos cooperar para ampliar a conectividade aérea, que hoje ainda é limitada. Vamos aprofundar estudos de mercado para compreender melhor os custos e as oportunidades de expansão das rotas”, afirmou Yu ChaoJie, CEO da Hainan Airlines.
A China Southern Airlines também demonstrou interesse em ampliar a presença no mercado brasileiro. “Identificamos um crescimento consistente no fluxo de visitantes entre os dois países. Acreditamos que o Brasil é um mercado promissor e estamos dispostos a contribuir para fortalecer essa conectividade”, ressaltou Lu Tao, vice-gerente de Marketing da companhia.
Atualmente, a Air China é a única empresa com voo regular entre os países, operando rota entre Pequim e São Paulo, com parada técnica em Madri. A companhia informou que já mantém 13 voos mensais e, nos meses de julho e agosto, ampliou a frequência para quatro voos semanais como parte de um estudo de mercado.
“Percebemos uma demanda crescente por viagens entre Brasil e China. Para 2025, a expectativa é atingir cerca de 200 mil passageiros em viagens de ida e volta entre os dois países”, afirmou Liu Peng, vice-gerente do Departamento Comercial da Air China.
Turismo em expansão
O Ministério do Turismo projeta que o Brasil alcance, em 2025, a marca histórica de mais de 9 milhões de visitantes internacionais. Argentina, Chile, Estados Unidos e Uruguai lideram o ranking de emissões, mas o mercado chinês desponta como uma das grandes apostas para os próximos anos.
“Com o visto eletrônico e o avanço das parcerias na conectividade aérea, esperamos um crescimento de cerca de 30% na demanda de turistas chineses. O turismo brasileiro vive um momento de franca expansão”, concluiu Ana Carla Lopes.
Após a agenda em Pequim, a delegação brasileira segue para a província de Heilongjiang, em Harbin, onde participa do Global Tourism Economy Forum 2025 (GTEF).
Fonte: Assessoria de Comunicação do MTur




