Brasília sob intervenção federal até 31 de janeiro

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz um pronunciamento sobre os atos antidemocráticos realizados em Brasília neste domingo, 8. A partir de Araraquara, no interior de São Paulo, Lula assinou decreto para autorizar uma intervenção federal na segurança pública em Brasília até o dia 31 de janeiro.

Segundo ele, o objetivo da intervenção é “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública no Estado do Distrito Federal, marcada por atos de violência e invasão de prédios públicos”. O decreto é uma resposta ao ato deste domingo, quando a Praça dos Três Poderes foi invadida por bolsonaristas radicais que invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, pedindo intervenção das Forças Armadas e a prisão de Lula. Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro chegaram até o terceiro andar do Planalto, onde fica o gabinete do presidente da República.

Manifestantes que não aceitam a vitória de Lula nas eleições de 2022 furaram bloqueio da Polícia Militar do Distrito Federal e invadiram, na tarde deste domingo (8), os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

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Invasões

Vídeos publicados nas redes sociais mostram o momento em que os manifestantes subiram a rampa do Congresso Nacional e invadiram a parte superior, onde ficam as cúpulas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, além do Salão Verde, localizado dentro do edifício.

Depois, o grupo tentou invadir, com sucesso, o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, local onde o presidente da República despacha, em Brasília. O petista não etava na capital federal e, sim, em Araraquara, para visita ao município do interior paulista após os estragos causados pelas chuvas.

Manifestantes invadiram, ainda, o edifício do STF. No local, vidros foram quebrados e objetos destruídos nas dependências da Corte. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram inicialmente que a porta em que o ministro Alexandre de Moraes utiliza para guardar a toga foi arrancada.

Após as invasões, partidos políticos e parlamentares informaram que vão acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) com pedido de intervenção federal no Governo do Distrito Federal. Um dos pedidos terá a autoria da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

DIÁRIO se posiciona

O DIÁRIO DO TURISMO repudia qualquer ato de vandalismo e terrorismo contra a Democracia Brasileira. A invasão do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal e Palácio do Planalto é inaceitável em tempos civilizados.

São atos inaceitáveis para a democracia brasileira e para a governabilidade nacional. Governadores de vários estados se colocam contrários a essas ações de terrorismo e desestabilização do estado democrátivo.

Vários presidentes de outros países também se manifestaram contra esses atos de terrorismo. Gabriel Boric, presidente chileno, Alberto Fernández, presidente da Argentina, Andrés Manuel López Obrador, presidente do México. O governo de Portugal, liderado pelo primeiro-ministro António Costa (Partido Socialista), repudiou os atos antidemocráticos.

Outros líderes europeus também se pronunciaram. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que “instituições democráticas devem ser respeitadas” e que “o Presidente Lula pode contar com o apoio incondicional da França”. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, também ofereceu apoio ao presidente e “às instituições eleitas livre e democraticamente pelo povo brasileiro”.

Autoridades dos Estados Unidos também fizeram declarações de apoio. “O presidente Biden está acompanhando a situação de perto e nosso apoio às instituições democráticas do Brasil é inabalável. A democracia brasileira não será estremecida pela violência”, afirmou Jake Sullivan, assessor de segurança nacional.

Os atos guardam semelhanças com um evento ocorrido nos Estados Unidos que, coincidentemente, completou dois anos nesta semana. Ocorrida em 6 de janeiro de 2021, a invasão ao Capitólio foi insuflada por um discurso do então presidente Donald Trump em Washington, levando manifestantes a invadirem o prédio do Legislativo americano, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória de Joe Biden na eleição de 2020 —o republicano e seus seguidores sustentam até hoje o discurso mentiroso de que o pleito foi fraudado.

CONSELHO EDITORIAL DO DIÁRIO

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