Bruno Omori: ?O Projeto de Lei 7337/14 significa ?não queremos turismo no Brasil??

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Uma nova lei para o setor hoteleiro está aguardando aprovação na Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei 7337/14 consiste em proibir os hotéis a cobrarem taxa de cancelamento até 72 horas antes do check-in.

O DIÁRIO conversou com o presidente da ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Bruno Omori, e, segundo ele, essa lei pode jogar por terra tudo o que o turismo vem construindo ao longo dos anos. “Se essa lei realmente entrar em vigor, nós iremos regredir 50 anos no turismo brasileiro. Toda a divulgação que estimulou o crescimento do turismo no país irá por água abaixo” afirmou Omori.

Segundo o presidente, a taxa de cancelamento é uma forma do hotel se proteger de prejuízos ou, no pior dos casos, o fechamento do hotel, e ele explica o porque: “O hotel é o produto mais perecível do mercado. Não podemos estocar reservas, como fazemos com alimentos, por exemplo. Posso afirmar que é quase impossível um hotel revender diárias num prazo de 72 horas, porque, em 99% dos casos, as viagens são programadas com antecedência. São pouquíssimos os casos em que pessoas programam viagem de última hora”, acrescenta.

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Sem ônus – André Terrengui, gerente comercial do hotel Continental Inn, em Foz do Iguaçu (PR), falou ao DT sobre a perspectiva no caso de a lei ser aprovada. “O número de cancelamentos de reservas terá um grande aumento, trazendo perdas financeiras. Uma vez confirmada uma reserva, o hotel tem o dever de garantir a acomodação para este cliente. Considerando que um cancelamento com até três dias de antecedência não tenha ônus, os hotéis ficam sujeitos a terem seus quartos vazios e suas diárias canceladas, ocasionando prejuízo a seus proprietários ”, informa o gerente comercial.

Omori informa ao DT que o mundo trabalha dessa maneira, com a política de taxa de cancelamento, e o Brasil, que é um país onde o turismo está começando a se destacar, não pode ser diferente. “Uma lei como essa passa a ideia de que o Brasil não quer crescer no turismo, que esse segmento não é importante no país e que nós não precisamos dele” acrescenta.

A ABIH luta contra a aprovação dessa lei. “Nós conversamos com o deputado da base (não citou o nome do deputado), entramos com ações no Ministério do Turismo, e faremos tudo que for possível para que o Projeto de Lei 7337/14 não seja aprovado” finaliza o presidente.

Andressa Volpini - repórter do DT

 

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