sexta-feira, setembro 19, 2025
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Celso Sabino pedirá demissão após retorno de Lula de NY

A demissão de Celso Sabino será entregue depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar de Nova York, onde participará da Assembleia Geral da ONU. O encontro entre os dois está previsto para ocorrer em Brasília na quinta‑feira, 25, logo após o retorno de Lula do exterior.

DA REDAÇÃO com informações do ESTADÂO

O ministro do Turismo, Celso Sabino, avisou ao presidente Lula que vai encaminhar sua carta de demissão do cargo assim que o chefe do Executivo regressar de Nova York, onde ele estará presente na Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). A previsão é que o presidente volte a Brasília até quinta‑feira, dia 25, e que o encontro com Sabino ocorra já no mesmo dia.

Fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast revelaram que Sabino informou a Lula ter compromissos importantes nos dias seguintes. “Tenho reuniões essenciais”, teria dito o ministro. O encontro entre ambos aconteceu na tarde desta sexta‑feira, 19, com duração aproximada de uma hora e meia. Sabino deixou o Palácio da Alvorada sem se manifestar à imprensa.

Sabino estava à frente do ministério desde agosto de 2023 e sua nomeação se deu por indicação da bancada do União Brasil na Câmara. Na quinta‑feira, 18, o União Brasil emitiu um ultimato para que os dirigentes do partido deixem cargos no governo até o fim desta sexta‑feira. Sabino mantém o mandato de deputado federal.

A decisão de Celso Sabino surge depois que o União Brasil, legenda à qual ele pertence, determinou que todos os membros da sigla se afastem da administração federal.

Antes mesmo do ultimato do União Brasil, setores do governo de Lula já reclamavam que, embora o partido ocupasse a pasta, ele não oferecia votos consistentes para pautas governistas no Congresso.

Em 2 de setembro, a União Progressista — que reúne PP e União Brasil — anunciou oficialmente sua saída do governo. Na quinta‑feira, o processo foi acelerado pelo União Brasil, após reportagens associarem o presidente do partido, Antonio Rueda, a uma facção criminosa. Rueda nega qualquer vínculo e acusa pressão do Executivo sobre a denúncia.

Daniela Carneiro foi ministra do Turismo nos primeiros meses do governo Lula, também deputada federal pelo União Brasil. Ela deixou o cargo após pressão interna da legenda, que se queixava de subrepresentação na Esplanada, já que Daniela era vista como indicação pessoal do presidente.

Sabino será o 13.º ministro a deixar o governo Lula, e o terceiro do Centrão a se afastar do cargo. Antes dele, Daniela Carneiro foi exonerada, e Juscelino Filho renunciou após ser alvo de investigação da Procuradoria‑Geral da República sobre possível desvio de emendas.

Com mandato de deputado federal até o ano que vem, Sabino retorna à Câmara. Ele se prepara para disputar o Senado em 2026 pelo União Brasil, valendo‑se da visibilidade que obteve como ministro do Turismo, em especial na promoção de Belém para a COP 30, como trunfo para sua candidatura à Casa Alta.

Ex‑líder da maioria na Câmara no governo Bolsonaro, Sabino tem laços próximos com o ex‑presidente da Casa, Arthur Lira. Filiado ao PSDB até 2021, migrou depois para o PSL, que se fundiu com o DEM, formando o União Brasil pouco antes das eleições de 2022.

Sabino é autor da proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata das prerrogativas parlamentares, criando uma espécie de “blindagem” para parlamentares. O projeto exige que pedidos de abertura de ações passem pelo crivo dos deputados e senadores antes de irem ao Supremo Tribunal Federal, além de estabelecer votação secreta e foro privilegiado para presidentes partidários. A PEC foi aprovada na Câmara nesta semana, mas enfrenta críticas da imprensa, de ONGs e da sociedade civil por conceder privilégios aos congressistas frente ao STF.

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