O Chocolat Xingu 2024 é um festival que coloca o cacau na prateleira mais alta do mercado consumidor. Nos quatro dias de atividades, o fruto amazônico foi o centro das atenções, responsável em rodar as máquinas de produtores rurais, girar a indústria beneficiadora de produtos e impulsionar o comércio de derivados que tem como base a sustentabilidade.
Por Paulo Atzingen, de Altamira (PA)*
O fluxo de pessoas que circulou nos quatro dias pelos corredores do Chocolat Xingu 2024 chegou a 132 mil visitantes, superando em 20 mil o Chocolat Xingu do ano passado.
Veja também as mais lidas do DT
Essa é a estimativa divulgada prla Secretária de Turismo de Altamira, Eliana Couto ao final do evento, que ocorreu neste domingo (16) no Centro de Eventos Vilmar Soares.
“Somos o maior festival de chocolate e Cacau da América Latina e nosso município, juntamente com Anapú, Brasil Novo, Medicilândia e Uruará apresenta o seu potencial”, afirma Eliana ao DT. Eliana, junto a sua equipe de seis pessoas, orquestrou cerca de 100 profissionais, entre servidores da Prefeitura e da empresa responsável pela marca do festival. ‘Foram muitas ações, desde o planejamento, o envio dos convites, a organização dos fóruns, os workshops, as cozinhas shows, e a premiação do circuito gastronômico com pratos com base de cacau, além de um desfile de moda ao estilo Xingu”, enumerou a secretária.
“Foi muito intenso, mas valeu a pena”, disse a executiva. Ela adiantou que o festival coroa o projeto Rota Turística Cacau ao Chocolate criada por sua administração e que recebe atualmente os últimos retoques para funcionar efetivamente.
Ainda, segundo Eliana, a economia movimentada dentro e fora do Centro de Eventos tem projeções em torno dos 7 milhões de reais em vendas e acordos diretos, além de cerca de 20 milhões externos, com bares, restaurantes, hotelaria e serviços.
Altas doses de Cacau
A realização do Chocolat Xingu só foi possível a partir da parceria entre Prefeitura de Altamira, Governo do Estado do Pará e a Funcacau. A organização do evento é da empresa MVU.
200 expositores
Marco Lessa, diretor da MVU, fez um balanço do Chocolat Fest, que também e chamado de Festival Internacional de Chocolate e Cacau – Altamira. Segundo o organizador, todos os municípios desta região da Transamazônica participaram, alguns representados por marcas de chocolate outros por prefeituras. “Foram 200 expositores, com aproximadamente 350 marcas de produtos diferentes considerando categorias de produtos e marcas de produtos que tem a base o cacau. É um projeto com bastante geração de conteúdo com palestras, com conteúdo técnico falando de diversas áreas. Tivemos grandes nomes do chocolate do mundo inteiro, lideranças de instituições francesas, e o fundador do museu de Chocolate de Portugal esteva aqui conosco, além de um chef de restaurante Michelin da Bélgica.
Verticalização
A terceira edição do Chocolat Xingu 2024 tem como objetivo, conforme Lessa, estimular a verticalização da produção de cacau e agregar valor ao produto, fazendo uma ponte com a economia do turismo. “É um projeto absolutamente transversal unindo cultura, turismo, agricultura, desenvolvimento Social, ambiental e Industrial”, disse ao DIÁRIO.
Segundo ele, a produção do Cacau cresceu vertiginosamente nos últimos 15 anos quando do surgimento de 350 marcas de chocolate no Brasil. “Só no Pará nós devemos ter cerca de 50 e todas produzindo a partir da amêndoa e tendo como premissa a sustentabilidade e mudando, diretamente, o hábito de consumo do brasileiro”, disse.
Protagonismo do Cacau
Ainda, segundo Lessa, antes da realização do festival nenhuma marca de chocolate do Brasil tinha no seu rótulo a citação que era Cacau, nem a marca com o fruto Cacau, muito menos que era feito de cacau; “Depois desse projeto – que começou em Ilhéus em 2009 – praticamente todas as marcas fazem hoje o protagonismo do cacau”, completou.
“O cacau é a cultura mais preservacionista que existe no planeta, já que nenhuma outra cultura depende tanto do bioma Floresta para poder crescer já que ela precisa de calor e umidade e, de fato, é a cultura que mais preserva”, analisou.
Lessa reforça que o Chocolat Xingu 2024 promove a aceleração da maturidade tanto dos serviços, quanto dos equipamentos (máquinas de beneficiamento do fruto), como do comércio do chocolate no mercado interno e externo.
*O jornalista viajou convidado pela Prefeitura Municipal de Altamira
