O mapa preliminar do modelo de distanciamento controlado do Rio Grande do Sul, divulgado na última sexta-feira (21), traz 8 regiões classificadas na cor laranja, entre elas a região de Bento Gonçalves. O DIÁRIO conversou com o secretário de turismo de Bento Gonçalves, Rodrigo Parisotto para verificar com ele como está sendo equacionada a retomada da economia, levando-se em conta a segurança dos visitantes. Confira:
DIÁRIO: O governo do Rio Grande do Sul apresenta um mapa de classificação do estado que muda toda semana. Como o município vem equacionando essas mudanças de classificação? Qual a expectativa para se alcançar a cor verde e destravar a economia?
RODRIGO PARISOTTO – Toda mudança gera insegurança e felizmente todo trabalho realizado em Bento e na região tem dado excelente resultado no enfrentamento a pandemia. O acompanhamento que fizemos mostra que a cada semana os números estão menores, os óbitos também reduziram consideravelmente e agora ficamos na expectativa de bandeira amarela. Preciso reforçar que Bento Gonçalves foi uma das primeiras cidades do Brasil a implantar um protocolo de segurança nos estabelecimentos de turismo e isso tem garantido a retomada segura.
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DIÁRIO: Como, mesmo com restrições, o município tem adequado a visita de turistas?
RODRIGO PARISOTTO – Os estabelecimentos rapidamente se adequaram aos protocolos de segurança e é isso que garante a manutenção da atividade, permitindo que aqui os turistas possam vir e se sentirem seguros.
DIÁRIO: Quais são os impactos que a cidade, em especial o enoturismo, teve nesses quatro meses de paralisação total ou parcial?
RODRIGO PARISOTTO – O impacto foi bastante considerável uma redução de 350 mil visitantes para 86 mil comparando os meses de abril, maio e junho de 2020 em relação a 2019. A ocupação hoteleira teve uma queda na ocupação de 48% em 2019 para aproximadamente 11% neste mesmo período dos 3 meses.
DIÁRIO: Em termos gerais quais as perdas econômicas – relacionadas à atividade turísticas – para o município de Bento Gonçalves, previstas para 2020?
RODRIGO PARISOTTO – Se eu fizer um simples cálculo onde cada visitante deixa no destino R$ 350,00, uso os dados de abril, maio e junho de 2019 que são 350 mil visitantes isso soma um giro na economia de R$ 122.500.000,00, este ano totalizados nos 3 meses equivalentes 86.000 visitantes soma R$ 30.100.000,00 então por esse comparativo a queda representou R$ 92.400.000,00, o impacto é bastante elevado. Estamos sobrevivendo a tudo isso e mantendo firme a utilização dos protocolos de segurança vamos sair dessa.
DIÁRIO: Vocês realizam grandes eventos em torno da vitivinicultura. Como foram reprogramados os eventos deste ano (todos se tornaram online e digitais?) haverá algum presencial? quais?
RODRIGO PARISOTTO – Ainda estamos entendendo esse novo normal, eventos com visitação foram cancelados, estamos na expectativa para outubro e novembro onde temos previsão de cinco eventos, ExpoBento, Fenavinho, Festival do Balonismo, Avaliação Nacional de Vinhos e Natal Bento. Realizamos através de uma iniciativa dos Conventios Bureaus do RS o primeiro evento teste em Bento, conduzido pelo Bento Convention Bureau, os resultados foram bastante promissores.