II Conferência Municipal de Meio Ambiente aconteceu nesta quarta-feira (27) no Casa Grande Hotel Resort & Spa
Por Hugo Okada, do Guarujá – São Paulo
Como último movimento da programação estabelecida para a Conferência Municipal de Meio Ambiente do Guarujá, realizada na tarde desta quarta-feira (27) no Casa Grande Hotel Resort & Spa, na praia da Enseada, os organizadores dividiram o público, na sua maioria formado por empresários locais, hoteleiros, operadores de turismo, agentes de viagens, entre outros – comerciantes ou não – em três grupos nos quais foi lançada a pergunta: “Que ações devem ser implementadas para garantir a integridade territorialm socioambiental da APA – Área de Preservação Ambiental – Corredor Ecológico?”.
De posse das respostas, os mediadores incentivaram os participantes a pensarem nas melhores medidas e práticas a serem adotadas para a consolidação e desenvolvimento do Corredor Ecológico, tema do evento e projeto que visa a preservação do ambiente e consequentemente, a melhoria da atividade econômica local e a visibilidade do destino em nível nacional e internacional.
Quem explicou melhor do que se trata o Corredor Ecológico e quais os seus benefícios para a cidade do Guarujá foi a consultora Beatriz Laurindo, da Artemis Consultoria Ambiental e uma das coordenadoras do evento. Ela falou com exclusividade ao DIÁRIO DO TURISMO.
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“A ideia de se trabalhar a criação da APA – Área de Preservação Ambiental – da Serra de Santo Amaro, é uma continuidade de uma política pública já implementada que é a APA da Serra do Guararu. Para se ter uma noção, o Guarujá até uns dez anos atrás, continha 52% do seu território de áreas verdes – isso não é pouca coisa. E num ecossistema frágil, onde nós temos uma área de mata atlântica visivelmente em estado de extinção, existem questões como os manguezais que sofrem com a pesca predatória, e do lixo e do esgoto in natura que vem sendo depositado. A criação da APA da Serra do Guararu se fez necessária para a preservação desses 52% de território onde se percebia também a aceleração das áreas vulneráveis invadidas de fato e ocupadas”, explicou Beatriz.
Para Beatriz, uma das soluções para inibir a ocupação irregular de uma área de preservação ambiental se dá por meio da adoção de políticas ambientais que regulamentam o que é possível e o que não é possível. “Uma APA é um modelo de preservação. Poderia ser uma área de preservação de patrimônio particular. Digo isso porque existem muitos modelos de preservação ambiental. A APA permite o uso do solo, permite que se more ali e permite também as atividades de observação de fauna e de flora e de pesquisas científicas como a do Sambaqui, que está nos museus da USP, em São Paulo e que não valorizamos como deveríamos aqui”, observou.
Em busca de um futuro para o Guarujá
A criação do Corredor Ecológico é uma pauta que já dura dez anos. “Se inicia um novo processo que, entendendo que o maciço de Santo Amaro é fundamental para coibir o aumento da degradação ambiental e invasões, com os riscos que as pessoas se colocam, para si e para o meio ambiente, é que se chegou a conclusão de que o melhor para a região era a criação do Corredor Ecológico, com a criação de uma segunda APA, que permite que a fauna e a flora se desenvolvam a partir da possibilidade de transitar entre um território a outro com a condição de sobreviver”, finalizou Beatriz.
Após a reunião dos três grupos, todos se reuniram para, em consenso, definir quais eram as melhores e mais relevantes ações a serem incluídas no documento que segue para as próximas audiências naturais do processo. A previsão é de que até o final do ano, o Corredor Ecológico seja aprovado.