Consumidor de menor renda puxa a melhora de intenção de consumo, segundo a CNC

Continua depois da publicidade

Consumidor com renda inferior tem puxado as vendas no varejo, segundo pesquisa da CNC em matéria publicada nesta quinta-feira (16) no Valor Econômico.

Com percepção de maior renda disponível – pela desaceleração da alta da inflação – e otimismo com o novo governo, os consumidores de menor renda puxam a alta da intenção de consumo das famílias. A avaliação é da economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Izis Ferreira, responsável pelo indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizado desde 2011.

Apesar de serem o grupo mais afetado por inflação alta e crédito mais caro, as famílias de menor renda estão mais otimistas nesse momento, tanto pela melhora do contexto inflacionário quanto pelo novo governo e o mercado de trabalho, aponta a economista.

Veja também as mais lidas do DT

“Isso se explica por alguns motivos. O primeiro é a renda disponível, que está maior para esse grupo de renda. É uma inflação que ainda incomoda, mas bem menor que no início de 2022, que estava acima de 10% ao ano. E um segundo fator é a perspectiva de consumo nos três meses à frente. Essas famílias estão otimistas com o novo governo, com o programa de transferência de renda, que vai pagar valor a mais para famílias com filhos, com a expectativa de um programa de renegociação de dívida e acreditando que vai permanecer no emprego”, afirma ela.

A ICF avançou 1,3% em fevereiro, em relação ao mês anterior, e atingiu 95,7 pontos, o maior nível desde o início da pandemia de covid-19, segundo a CNC. Foi a 13ª alta seguida do indicador. Entre as famílias de menor renda (até dez salários mínimos), houve aumento de 1,1% da intenção de consumo, acompanhada por variação de apenas 0,1% das famílias de maior renda (acima de dez salários mínimos).

Izis Ferreira reconhece que há um limiar entre a percepção do consumidor de menor renda e a realidade esperada para o ano de menor crescimento da economia, que pode afetar o mercado de trabalho.

“O consumidor está mais endividado, em mais tipos de dívidas, mas existe um otimismo que vai permanecer no emprego, no emprego formal, e com isso pagará as dívidas”, diz.

No caso das famílias de renda mais alta, lembra ela, a alta de preços de serviços acaba diminuindo a percepção de maior renda disponível observada no outro grupo. “Eles estão gastando mais para consumir serviço e os serviços estão mais caros de maneira geral.

Naturalmente a avaliação sobre o poder de compra está comprometida. E esse grupo também já sente mais dificuldade de acesso a crédito”, explica.

“Ainda tem uma maioria, 40,8%, que considera que a renda está igual à do ano passado. Mas temos cada vez mais consumidores que acham que a renda atual está melhor que no ano passado. Essa parcela cresceu nos últimos meses”, afirma a economista. (VALOR ECONÔMICO)

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade