Talvez o principal tema do 33º Congresso da Abrasel, A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, realizado na última quinta-feira (12) em Brasília (DF) tenha sido o painel “Bebidas Alcoólicas Ilegais, um desafio multissetorial”.
por Werner Schumacher*
O alerta foi dado baseado em um estudo de setembro de 2020 da consultoria internacional Euromonitor, um segundo estudo indicou que em 2021 houve um incremento de 10%, portanto, superando a barreira dos 40%.
Há uma grande preocupação com relação a vinhos, que passam as fronteiras e são vendidos por WhatsApp. Calcula-se que no mundo mais de US$ 3 bilhões é consumido em vinhos falsificados. No Brasil e em países com alta carga tributária, há ainda o contrabando.
No passado, o setor vitivinícola nacional teve a infeliz ideia de convencer o governo brasileiro a adotar o selo fiscal para vinhos, como se o selo não pudesse ser falsificado.
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Uma cerimonia foi realizada em Bento Gonçalves para o lançamento do selo fiscal e, para o terror dos seguranças do então Ministro da Justiça, um sabre foi erguido para ‘sabrage’ de um espumante e comemorar o sucesso.
Pouco se fez há época, pois acreditava o setor que todos os males seriam acabados com o natimorto. Disse-me, à época, um comandante da corporação do exército que era muito difícil controlar a fronteira brasileira.
Lembro que a indústria de pneus colaborava financeira e ativamente com a Polícia Federal, mas o setor de bebidas só reclamava, era carro pra cá e carro pra lá. No litoral de Santa Catarina era possível ver lojas vendendo bebidas importadas sem selo fiscal.
De uns anos para cá, mais em função do tráfico de droga, diariamente se encontra uma manchete de carro e até caminhão com vinhos contrabandeados, não apenas nos estados do Sul, mas por todo o país.
O mundo luta, principalmente, com a falsificação de vinhos e outros produtos. Os mais falsificados são pescados e azeites de oliva. Novas tecnologias estão sendo desenvolvidas e a curto e médio prazo haverá, finalmente, uma importante diminuição desses negócios ilícitos, mas isso será assunto para um próximo artigo.