Com apenas quatro meses de bloqueio total no início da pandemia, Curaçao teve suas restrições suspensas a partir de junho de 2020 para países europeus, como a Holanda e a Alemanha e aguarda a retomada dos voos do Brasil e da América Latina.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
Obedecendo a protocolos internacionais, o governo da ilha holandesa estabeleceu regras rígidas permitindo a entrada de apenas 10 mil estrangeiros por mês, no entanto, a partir de 1º de janeiro de 2021, não há mais limite mensal de entrada. “Curaçao já está pronto para receber a todos com segurança e aguardando a retomada dos voos da América Latina”, afirma Andre Rojer, gerente Regional para América do Sul do Curaçao Tourist Board, em entrevista exclusiva ao DIÁRIO. “Em 2020, nós recebemos 174.871 visitantes permanentes, atingindo apenas 38% do número de visitantes registrados em 2019”, quantifica Andre. Nesta entrevista, o executivo adianta que tanto o governo como os empresários Curaçauenses não se abateram durante todo esse período de recesso econômico, mas ao contrário, criaram programas e ferramentas de promoção da ilha e novos empreendimentos foram inaugurados. Confira os detalhes, abaixo:
DIÁRIO – De 15 de março a 15 de junho, Curaçao foi fechada ao turismo internacional e reaberta em janeiro de 2021 para os brasileiros. Como está sendo essa retomada?
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Andre Rojer: Foi um período muito complexo, porque, como sabem, somos uma ilha e um país pequeno. Assim, não temos muitos segmentos econômicos ou indústrias, então o turismo foi o nicho que mais sofreu. Tivemos fechamentos de empresas, hotéis, restaurantes, etc. Curaçao introduziu restrições de viagens no início de março de 2020. As restrições começaram a ser suspensas em meados de junho com as ilhas do Caribe holandês e seguidas por destinos na Europa (como Holanda e Alemanha) em 1º de julho. No início, tivemos um bloqueio total quando foi a oportunidade de todo o governo iniciar as implementações locais, em conjunto com as associações locais, para desenhar os protocolos, práticas sanitárias e necessidades daquele momento. Em junho de 2020, a ilha já estava preparada para receber turistas estrangeiros com a reabertura.
DIÁRIO – Como o Ministério da Saúde Pública, Alfândega e o Aeroporto de Curaçao estão coordenando a chegada de turistas internacionais?
Andre Rojer: A coordenação entre todas as autoridades locais que trabalham com questões de segurança, a entrada de pessoas na ilha e o aeroporto é muito sinérgica. Todos trabalhamos juntos pelo mesmo objetivo: acolher bem quem vem de fora. No ano passado, o governo e os empresários trabalharam juntos para manter as viagens a Curaçao mais seguras e criaram o programa “A Dushi Stay, the Healthy Way”. Uma das ferramentas foi o aplicativo “Dushi Stay”, criada para permitir que os visitantes fiquem atualizados com as últimas notícias de Curaçao. Também contém todo o tipo de informação sobre as medidas tomadas e os protocolos que as empresas aplicam localmente. O aplicativo está disponível no Google Play e na App Store.
DIÁRIO – Qual é o limite de visitantes na ilha?
Andre Rojer: Desde a reabertura da fronteira em junho passado, o governo estabeleceu uma estimativa de 10 mil turistas estrangeiros por mês. No terceiro trimestre (julho, agosto, setembro) tivemos 8.195, 9.227 e 10.420 chegadas, respectivamente. Já no quarto trimestre, tivemos em outubro, 13.556 visitantes, em novembro um pico de 13.705 e dezembro uma queda para 9.909 turistas.
Em 2020, nós recebemos 174.871 visitantes permanentes, atingindo apenas 38% do número de visitantes registrados em 2019. Olhamos para trás para um forte início em 2020, onde 62% de todas as chegadas permanentes foram recebidas nos primeiros três meses do ano. A maioria dos nossos visitantes é da Europa (64%); seguida pela América do Norte, onde 19% das chegadas vieram da região. A América do Sul, o Caribe e o resto do mundo registraram 8%, 6% e 3% respectivamente. Com a reabertura das fronteiras para outros turistas de outras nações em 1º de janeiro de 2021, não há mais limite mensal de entrada.
DIÁRIO – Em dezembro de 2020 e janeiro de 2021, a rede Sandals anunciou a compra do resort Santa Bárbara. Fale um pouco sobre essas novidades da ilha, mesmo diante de tantos desafios…
Andre Rojer: Como dito acima, foi um período complicado para a indústria do turismo de Curaçao, mas, mesmo com as adversidades, esta mesma indústria não parou. Muitos empresários aproveitaram o período para extensões, ajustes estruturais. Com o anúncio do fechamento do gigante e icônico Santa Bárbara Beach & Golf Resort, foi um choque para o segmento. Mas tivemos boas informações sobre a compra do imóvel pela rede Sandals, recentemente. Que será instalado no complexo como Sandals Curaçao.
Paralelamente a isso, em julho, o Corendon Mangrove Beach Resort foi inaugurado com 399 quartos e com expectativa de inauguração de mais 400 nos próximos meses. Próximo a ele continua em operação o magnífico Marriott Beach Resort Curacao, recém-inaugurado no final de 2019. Tivemos também o início das operações do Dreams Curaçao (ex-Hilton Curaçao) com uma nova infraestrutura 5 estrelas. Agora o antigo Floris Resort está em obras para ser incorporado ao Dreams com opções de habitações de luxo. O Renaissance Curaçao também expandiu sua área de eventos e renovou muitos quartos.
Alguns hotéis boutique foram abertos na região turística de Pietermaai e em outras partes da ilha. O Baoase Luxury Resort, membro do selo Virtuoso, também fez algumas adaptações. Mesmo com o período de pandemia para todo o mundo, a indústria do turismo em Curaçao não parou.
DIÁRIO – A Fundação Cousteau anunciou em 2020 a construção da maior plataforma de pesquisa científica subaquática do mundo (Proteus). Além disso, Curaçao foi escolhida como destino de mergulho para o Caribe em 2021. Esses prêmios e distinções ajudam no marketing e promoção do destino?
Andre Rojer: Sim, foi um anúncio muito importante para a ilha. Nossa natureza, principalmente a vida marinha de Curaçao, é muito importante para todos nós e cuidamos dela com muito orgulho. Temos mais de 500 espécies de peixes identificados na região, mais de 80 pontos de mergulho ao redor da ilha, então ficamos muito honrados pelo Fabien Cousteau Ocean Learning Center (FCOLC) anunciar a construção do projeto Proteus. Uma obra de grande investimento e complexidade técnica.
Automaticamente os reconhecimentos que recebemos, distinções, títulos ou selos concedidos por empresas, publicações ou entidades são sempre uma honra para toda a Ilha. Assim, incorporamos isso na nossa comunicação, porque acreditamos que promovê-la é uma forma de apresentar a ilha de uma forma autêntica e não fomos nós que o dizemos, mas, sim, alguém que a conhece e a reconhece.
DIÁRIO – Suas considerações complementares…
Andre Rojer: Aproveito esta entrevista para dizer que o governo de Curaçao lançou oficialmente há alguns dias o programa “@HOME in Curaçao”, que dá as boas-vindas aos viajantes que procuram um lar temporário longe de casa. O programa acomoda trabalhadores remotos, visitantes e investidores de longo prazo, permitindo-lhes um acesso mais fácil a Curaçao. Uma iniciativa que estamos promovendo globalmente. Portanto, é algo novo. Desta forma, reafirmo que Curaçao já está pronto para receber a todos com segurança e aguardando a retomada dos voos da América Latina.
