Pela primeira vez na história, a Declaração da América do Sul cita a economia circular, que pode reduzir emissões em 5,6 bilhões de toneladas de CO2
Em meio às definições da Cúpula da Amazônia, que ocorreu nos últimos dias 8 e 9 de agosto, houve um avanço importante para a pauta da economia circular. Isso porque ela foi citada nos ‘Objetivos e princípios transversais para a implementação da Declaração de Belém’ como “um dos itens a serem promovidos na área de economia para o desenvolvimento sustentável”. Confira, a seguir, o parágrafo na íntegra:
71. Promover a inovação de tecnologias para a sustentabilidade das cadeias produtivas da agropecuária, da pesca e da aquicultura, da silvicultura, da agrossilvicultura, da agricultura familiar e de outras áreas prioritárias, por meio do manejo integrado da floresta em pé e do uso sustentável dos recursos naturais, da geração de conhecimento, da recuperação de áreas degradadas, do fomento a práticas agrícolas sustentáveis e da agroecologia, reconhecendo os conhecimentos e as práticas da produção agrícola tradicional, outras abordagens inovadoras, sistemas de produção aquícola mais sustentáveis, a produção e o uso de energias renováveis e a promoção da economia circular para aprimorar os sistemas agroalimentares e a segurança alimentar das populações amazônicas, de acordo com as legislações nacionais e mecanismos de monitoramento existentes em seus respectivos territórios na Amazônia;
Declaração da América do Sul cita economia circular, que ajuda o meio ambiente
Inclusive, essa é a primeira vez que o tema entra em uma declaração da América do Sul, principalmente com foco na regeneração.
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Além disso, segundo o relatório da Fundação Ellen MacArthur, “Completando a figura: como a economia circular ajuda a enfrentar as mudanças climáticas”, de 2021, “uma economia circular aplicada à maneira como produzimos e gerenciamos os recursos alimentares poderia reduzir as emissões em 49% ou 5,6 bilhões de toneladas de CO2, reduzindo quase pela metade as emissões desse setor em 2050”.
De acordo com Luisa Santiago, líder da Fundação Ellen MacArthur na América Latina: “Os países amazônicos começaram a compreender a importância de medidas de economia circular e, principalmente, numa perspectiva de regeneração da natureza.”
“A economia circular é um modelo capaz de ajudar a natureza e as empresas a prosperarem a partir do design de produtos e modelos de negócios. A partir desta declaração da Cúpula, estamos confiantes de que a região pode liderar esta transição econômica”, complementou Luisa.
EDIÇÃO DO DT (CF) com agências.