O Diário do Turismo conversou com Leandro Ribas, gestor da Soul Vila Velha, concessionária do Parque Vila Velha, localizado em Ponta Grossa (PR), modelo de gestão positiva na concessão de parques nacionais
POR PATRICIA DE CAMPOS
DT – A Soul Parques administra Vila Velha há quanto tempo e quais outros parques administrados pela concessionária?
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Leandro Ribas: O contrato de concessão foi assinado em fevereiro de 2020. Porém, iniciamos as operações apenas em setembro do mesmo ano devido às restrições impostas pela pandemia. Atualmente, além do Parque Vila Velha, os sócios da Soul Parques fazem parte da Eco Jordão, que é a concessionária do Parque Capivari, em Campos do Jordão/SP.
DT – Quais os maiores desafios encontrados na administração de Vila Velha ?
Leandro Ribas: Sem dúvida, o maior desafio foi iniciar o negócio em um período de pandemia, com o parque fechado por seis meses. O turismo vinha em alta em todo o Brasil, com os atrativos batendo recordes de visitação ano a ano. A pandemia travou esse crescimento e trouxe grandes perdas para o setor, sentidas até hoje, pois ainda operamos com restrição de capacidade, por exemplo. Mas cremos que num futuro muito próximo as áreas naturais de belezas, como a nossa, sairão na frente na retomada pós-Covid-19.
DT – A gestão é compartilhada com algum órgão ambiental?
Leandro Ribas: A concessionária faz a gestão do uso público com investimentos em serviços de apoio à visitação, turismo sustentável e recreação. O Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Estado do Paraná, segue sendo o órgão responsável pela gestão ambiental do parque, pela fiscalização do contrato e pela conservação da biodiversidade, garantindo o cumprimento das medidas para preservação de toda a área.
DT – Qual o valor do investimento feito pela Soul Parques?
Leandro Ribas: O Investimento total na estrutura previsto para o contrato de concessão é de mais de R$ 15 milhões. Até o momento, investimos em melhorias da experiência e conforto do visitante com a reforma e revitalização do Centro de Visitantes, implantação de operações gastronômicas, nova sinalização que permite a visita autoguiada, melhoria do transporte interno entre os núcleos de visitação e monitoramento e sinal de wifi nos principais pontos. Além disso, implantamos atrações de aventura como tirolesa, arvorismo, voo em balão estacionário e circuito de cicloturismo.
DT – Qual a média de público mês que visita o parque? Há uma média de faixa etária?
Leandro Ribas: A média mensal desde o início das operações, em setembro/20, é de 5,4 mil visitantes/mês. Porém, vale ressaltar que operamos com restrição de 50% na visitação e que o Parque fechou por cerca de 45 dias nesse período devido restrições para controle da pandemia. A faixa etária é muito variável, pois o Parque agrada e é atrativo para todas as idades, com muita cultura, cenários e agora adrenalina.
DT – Além das visitas turísticas, existe algum programa de educação ambiental ?
Leandro Ribas: Possuímos diversos programas ambientais, a maior parte deles prevista no plano de manejo do parque, como o controle das espécies exóticas e invasoras por meio da queima controlada. Outros fazem parte do contrato de concessão, como a produção de conteúdo de educação e conscientização ambiental. Para isso, usamos muito nossos canais próprios de comunicação, como redes sociais, blog e newsletter. Mas estamos indo além do que é contratual. Nos tornamos o primeiro parque em uma unidade de conservação do Brasil a conquistar o selo Aterro Zero, com a implantação de uma política de gestão de resíduos sólidos que garante que nenhum resíduo produzido dentro do parque é destinado para aterro sanitário. Todo o resíduo está sendo reciclado e tratado e parte dele retorna para o parque como composto orgânico e papel toalha e sacos de lixo produzidos com material reciclado. Devido a pandemia, o Programa Parque Escola ainda está suspenso. Entretanto, assim que for possível, o Parque voltará a receber escolas públicas e privadas de todo o Estado do Paraná para educação ambiental de crianças e adolescentes.
DT – Existem novas ações ou atrativos a serem implantados?
Leandro Ribas: A Soul Vila Velha nunca para. Inauguramos recentemente uma nova operação gastronômica, diversificando a oferta de pratos regionais da culinária paranaense, e reativamos a Caminhada Noturna, sucesso de vendas com os ingressos já esgotados até o final deste ano. Além disso, estamos com vários projetos em estudo para implantação no médio e longo prazo, como melhoria e novos atrativos para o público kids, novo receptivo em Furnas, deck na Lagoa Dourada, mirante para visualização da Pedra Suspensa e a reativação do elevador em Furnas, que proporcionará uma visão exclusiva deste belo atrativo natural.