Diretor do Skyglass Canela (RS) detalha retomada, ação solidária e esperança por um julho movimentado

Conhecido por oferecer experiências de tirar o fôlego a mais de 300 metros de altura em uma plataforma de vidro, o Skyglass Canela, na Serra Gaúcha, atua para ajudar a população após as enchentes. Alex Bonareti, diretor do atrativo, torce pelo crescimento do número de turistas – que apresenta queda desde o início de maio – já na alta temporada de inverno: “Temos fé que muitos virão!”

*Por Clara Ribeiro, do DT

Canela, uma das cidades que respiram turismo na Serra Gaúcha, está em ritmo de solidariedade e reconstrução após as fortes chuvas que afetaram todo o estado. Apesar de não ter sofrido tanto com alagamentos, o município enfrenta danos por deslizamentos em algumas regiões. Mas de modo geral, a economia é o pilar que está sendo mais afetado, principalmente por conta da demora para a retomada do turismo.

Em entrevista ao DIÁRIO, Alex Bonareti, diretor do Skyglass Canela, um dos atrativos mais famosos da charmosa cidade, destacou que houve muitos cancelamentos após a tragédia climática, mas que há expectativa de melhora até que as férias de julho comecem. Para se adequar à realidade do momento, a empresa adiantou férias dos funcionários, fechou as portas por um período e estendeu sua campanha solidária, que ocorre todos os anos, por mais um mês. “Em um momento que as doações que vieram de outras regiões ficam mais escassas, entraremos com nosso apoio”, pontua o executivo.

Confira a entrevista completa!

DT: O Skyglass Canela precisou ser paralisado por conta das intensas chuvas? O atrativo em si foi afetado estruturalmente? E os funcionários?

Alex Bonareti: Na verdade, não fomos afetados estruturalmente. Na Serra poucos foram os impactos que puderam paralisar o funcionamento dos parques. Nossos funcionários, na sua maioria, moram na serra e ficaram a salvo, exceto dois casos especiais que estavam em áreas mais baixas e foram afetados pelas chuvas. Mas demos o apoio para que pudessem se organizar antes de regressar ao trabalho.

DT: Quando a campanha solidária começou? Como foi a adesão do público?

AB: Temos todos os anos a campanha solidária no 1º semestre. Recolhemos as doações e fazemos a distribuição nos centros de apoio e entidades, independente de haver enchentes ou deslizamentos, o que é comum e anualmente ocorre em menor proporção. Em 2024, já recolhemos e doamos, mesmo antes das enchentes que assolaram os vales e a capital do RS, mais de 1 tonelada de alimentos, marca também atingida em 2023. Esse ano prorrogamos o período da campanha de doação no intuito de ter como ajudar nos próximos meses, como julho e agosto, regiões que já estarão esquecidas das doações primárias que ocorreram em maio, dando um suporte necessário posterior, no momento que irá faltar.

DT: Pode informar como está a situação em relação a visitantes desde o começo de maio até agora?

AB: Em maio, acolhemos mais de 1.600 visitantes que ainda estavam na serra nos primeiros sete dias, ilhados pela falta de aeroporto até que as companhias aéreas resolvessem as remarcações. Após, sem a chegada de voos, o fluxo do turismo parou. Antecipamos férias por pelo menos 10 dias, para manter as vagas sem demissões. Reabrimos dia 27 de maio na expectativa de nos preparar e atender visitantes no feriado de Corpus Christi. Nesse período, atendemos uma média de 300 pessoas por dia, cerca de 12% do volume se comparado ao ano anterior. Mas estamos confiantes que o turismo terá seu retorno, já que a cidade e os equipamentos estão todos em perfeito estado para atender os visitantes e precisamos desse movimento para manter empregos.

DT: Com o começo da retomada no Rio Grande do Sul, quais as expectativas para a alta temporada, em junho e julho?

AB: Junho apresenta um cenário mais otimista, pois tem reservas entrando. Com a volta dos voos pelo aeroporto de Canoas, já dá uma expectativa de fluxo melhor. Para julho esperamos que ainda melhore. Muita gente cancelou à toa, e abriu vagas para novas reservas.

Tem muitas opções ainda disponíveis para quem deseja curtir o friozinho de inverno. No Skyglass estaremos preparados para receber os visitantes, com uma excelente praça de alimentação com itens variados, muito chocolate quente, café e vinhos para dar aquela esquentada. A região precisa dos turistas porque toda a economia é baseada no fluxo de visitantes. Dependemos do aeroporto sim, mas parcialmente. Cerca de 60% do fluxo dos visitantes da Serra Gaúcha é rodoviário (carros e excursões rodoviárias).E os acessos rodoviários estão todos “ok”. E quem vem do Norte e Nordeste pode vir pelas opções de aeroportos do RS ou mesmo até Florianópolis ou Jaguaruna (SC), que têm preços excelentes de aéreo, e de lá dá para alugar um carro ou combinar um transfer privativo e vir para a serra gaúcha. Temos fé que muitos virão!

Junho no Skyglass Canela

O Skyglass Canela oferece uma vista panorâmica, onde os visitantes podem admirar a natureza exuberante da região e contemplar os vales e montanhas ao redor. A plataforma conta com atrações como o “Abusado”, um passeio suspenso a 360 metros de altura sobre o nível do Rio Caí, o deck do pôr do sol, mais uma opção para apreciarem a beleza do Vale da Ferradura, e o Memorial do Ferro de Passar, que reúne um acervo com mais de 520 exemplares, além de loja de souvenirs, playground, lanchonetes e estacionamento.

Neste mês, pensando em ajudar a comunidade, asilos e casas que precisam de doação de alimentos, os moradores do Rio Grande do Sul que levarem um quilo de alimento ou um quilo de ração para cães pagam a tarifa de meia entrada para qualquer idade. A promoção é válida até o dia 30 de junho 2024.