Leia o artigo escrito por Jessé Resende, sócio da Saga Systems, sobre hospitalidade e a importância de pensar e agir em prol da sustentabilidade.
*Artigo Por Jessé Resende, sócio da Saga Systems
Quem acompanha futebol sabe a importância que a janela de contratações tem para clubes e jogadores. No esporte, esse é o momento em que ambas as partes aproveitam a chance de melhorar seu desempenho na carreira ou nos campeonatos. E, na minha opinião, é isso que estamos vendo também no setor de hospitalidade atualmente: estamos vivendo uma janela de oportunidade excepcional para prosperar.
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Depois de amargar dois anos de perdas em razão do coronavírus, o segmento deve retomar a receita aos patamares do período pré-pandemia até setembro deste ano, de acordo com a CNC (Confederação de Bens de Serviços, Comércio e Turismo).
A vacinação contribui para que toda a economia volte aos poucos, e a ânsia por novas experiências que só viajar pode proporcionar fez com que todos os agentes envolvidos fossem beneficiados.
Entretanto, é bastante palpável a mudança de hábitos dos consumidores e, entre os assuntos em evidência, um se sobressai: a preocupação com a sustentabilidade. Uma pesquisa da consultoria PwC, de 2022, indicou que 49% dos brasileiros consideram critérios ambientais para suas decisões de compra.
Assim, quem deseja se destacar nessa janela de oportunidades deve se adaptar pensando no impacto de suas atividades no meio ambiente e em como compensar as ações que possam causar algum dano.
No ramo da hospitalidade, pensar em sustentabilidade se torna um desafio ainda maior, pois se trata de uma operação que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Os gastos de água, energia elétrica e outros recursos é substancialmente maior em comparação a um estabelecimento que funciona oito horas por dia, de segunda a sexta-feira.
A boa notícia é que, hoje, a tecnologia atua como aliada para diminuir desperdícios e, consequentemente, reduzir os custos das operações. Os sistemas de automação, por exemplo, permitem que as luzes, o ar-condicionado e outros equipamentos sejam acionados com sensor de presença, evitando que fiquem ligados quando o hóspede não está nos aposentos.
A instalação de estruturas para uso de energia renovável e para reutilização de água da chuva também são um must-have nos dias de hoje.
No meu contato diário com os mais diversos agentes do setor, percebo que um ponto que ainda requer atenção é a diminuição dos impactos ambientais por meio da escolha de produtos de qualidade.
Poucos se lembram de que equipamentos de boa durabilidade, além de evitar dores de cabeça para gestores, geram descarte menor de materiais no ambiente.
Para tomar a decisão certa, é importante avaliar os itens escolhidos com cuidado, além de se certificar de que o fornecedor oferece serviços de manutenção frequentes e sob demanda. Comprar produtos que não ofereçam suporte em território nacional, por exemplo, é um risco, já que qualquer problema pode tornar o equipamento inutilizável antes do fim de sua vida útil.
Vale lembrar que sustentabilidade também inclui pensar em como as atividades da sua empresa podem dar um retorno positivo para a sociedade e o meio ambiente.
Na Saga Systems, começamos a plantar uma árvore a cada novo hotel com que fechamos negócio, em parceria com a Global Tree, organização do interior de São Paulo. A entidade adquire as mudas da ONG Fundação Lazzarini de Batatais (SP), contribuindo com a alimentação e a educação de crianças em risco social.
Em resumo, acredito que estamos prestes a presenciar uma onda bem-vinda de crescimento no turismo e hospitalidade brasileiros. Agora, cabe às empresas e agentes do setor transformar esse movimento em uma onda verde de expansão, que tenha em mente não apenas o crescimento dos negócios, mas também a contribuição positiva para o cenário socioambiental do nosso entorno. É essencial (e urgente) pensar no futuro.