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Editorial: “O sabor amargo da incerteza”

Conselho Editorial do DIÁRIO

 

Por que o cheiro de quebradeira se espalha no ar? Às vezes por simples boataria, o mais inflamável dos combustíveis, mas também por forças da macro-economia culminando em insolvências empresariais mais pujantes e abrangentes.

 

Viajemos ao passado e veremos que vez ou outra há ajustes no mercado do turismo e um ou outro vira a bola da vez.

 

Uma acomodação normal que acaba se originando em crises de crédito, mas às vezes o maior problema se resume em gestão. Aprendemos com o passado?

 

Claro que não. Voltemos, por exemplo aos anos 80, para não voltarmos muito.

 

Quem foi a bola da vez nas crises passadas? As operadoras Nacional e a Dimensão, por exemplo, no final dos anos 80. Lembram do caso Sightseeing que operava com o marítimo? Ela deixou centenas de passageiros no cais e um deles era um juiz, que abriu um processo contra a empresa. Tivemos outras que entraram em processo falimentar, por diversos motivos como a Louvre, DN e a Concorde…quem lembra?

 

Mais tarde vimos a derrocada da Sttela Barros (Copa de 1998), que deixou torcedores na mão com os ingressos da Copa da França, depois a Soletur, a Panexpress, a Ati, não necessariamente nessa ordem…

 

O que serviu de exemplo? Tivemos mais quebradeiras por causa de gestões equivocadas do que pela velha desculpa atribuída ao câmbio, pela inadimplência, ou  pelos custos operacionais.

 

É comentado sempre no mercado que depois da quebradeira feita, o fato cai no esquecimento.  No entanto é preciso lembrar que quem paga a conta é o passageiro que acaba não viajando ou não têm seu dinheiro reembolsado.

 

O que nos preocupa é a tendência atual do mercado em operar no sistema de antropofagia tarifária e não o boato. E a dura situação econômica em que o país passa, que nos torna mais vulneráveis. Excelente momento para os aproveitadores de plantão.

 

As entidades precisam ser demasiadamente fortes e não permitir que o prejudicado seja o passageiro, em primeiro lugar, depois ver métodos para socorrer o associado.

 

Que este episódio do momento não seja mais um registro de fracasso gerencial. É preciso fazer valer o velho bordão do futebol quando dizem: Segue o jogo.

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