De olho nas oportunidades que surgiram com a retomada das relações entre Cuba e os EUA, empresas americanas buscam autorização do governo para reabrir uma rota marítima que já foi muito popular no passado: a ligação entre os portos da Flórida e de Havana.
Muito procurada nos anos 50, a rota parou de funcionar no início da década de 1960, quando Fidel Castro tomou o poder da ilha caribenha.
Um dos que querem reviver o trajeto é o construtor de catamarãs Brian Hall, que planeja um serviço de alta velocidade entre os portos de Florida Keys e Havana, talvez ainda neste ano. “Meus parceiros e eu estamos prontos para começar as operações assim que tivermos a autorização”, afirma ele.
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Hall planeja que em quatro horas o turista já esteja no outro país. O preço deve ser de US$ 337 ida e volta, e a ideia é competir com os voos fretados que já existem e que custam cerca de US$ 460.
O empresário não está sozinho. Ao menos meia dezena de companhias da Flórida estão considerando seriamente trabalhar com essa rota e planejando conseguir licenças do Departamento do Tesouro dos EUA.
Uma delas é a United Americas Shipping Services. Seu presidente afirma que se encontrou com oficiais dos três portos principais da Flórida para ver se consegue oferecer um serviço noturno de dez horas entre Cuba e Estados Unidos. As embarcações teriam cabines dormitório e serviço de restaurante.
Outra companhia da Flórida, Key West Express, também quer fazer a rota.
Abertura
Os EUA e Cuba anunciaram no dia 17 de dezembro sua intenção de retomar relações diplomáticas. No último mês, o governo Obama fez alguns movimentos para relaxar algumas restrições a viagens e comércio.
Já há voos fretados entre os dois países, mas nenhuma licença para serviços de ferry foi liberada, afirmou o governo.
O jornal oficial do Partido Comunista de Cuba, Granma, publicou um artigo no dia 11 de fevereiro em que dois ministros do exterior cubanos afirmam que Obama poderia usar sua autoridade executiva para permitir os serviços de barco entre os dois países.
EUA e Cuba devem fazer uma segunda rodada de negociações nesta sexta-feira (27) em Washington para discutir a restauração de relações diplomáticas.
No ano passado, cerca de 650 mil pessoas dos EUA visitaram Cuba. Alguns especialistas preveem que esse número vai passar de 1 milhão nos próximos cinco anos. (Reuters)