Com investimentos constantes, foco em personalização e uma gestão orientada pela experiência, o hotel avança em estrutura, operação e serviços, para acompanhar o ritmo do novo turismo no Rio de Janeiro.
REDAÇÃO DO DIÁRIO (Entrevista Cecília Fazzini)
Com 247 apartamentos distribuídos em seis categorias, amplas instalações e localização privilegiada em Copacabana, o Pestana Rio Atlântica se consolidou como um dos principais empreendimentos hoteleiros da cidade. Em constante processo de modernização, a unidade tem direcionado esforços para aprimorar a experiência do hóspede, elevar padrões operacionais e acompanhar as transformações do mercado turístico nacional e internacional.
Nesta entrevista, Gustavo Jarussi, Diretor de Operações Brasil e Argentina do Pestana Hotel Group, detalha investimentos recentes, estratégias de gestão, desafios urbanos que impactam o setor, perspectivas para a alta temporada e o papel crescente da personalização na hotelaria contemporânea. A seguir, a íntegra da conversa.
DIÁRIO – O hotel tem novos investimentos em curso, voltados à modernização da infraestrutura, ou projetos estratégicos programados para os próximos ciclos de capitalização?
Temos investido continuamente na nossa unidade, com foco na melhoria da experiência do hóspede e na geração de valor para os nossos acionistas. Em 2025, concluímos uma importante obra de acessibilidade, abrangendo quartos e áreas públicas, reforçando nosso compromisso com a inclusão e ampliando nossa capacidade de atender, com excelência, esse público.
Também promovemos atualizações significativas em nossas instalações: renovamos a decoração do lobby bar, transformamos o antigo business center em uma sala exclusiva de café da manhã, para hóspedes das suítes, e modernizamos completamente nossas suítes oceânicas, de frente para o mar. Além disso, realizamos intervenções pontuais e uma nova ambientação na área da piscina e no deck bar, elevando ainda mais o padrão de conforto e estética.
Para os próximos anos, nossa expectativa é seguir investindo nas categorias de quartos, nas salas de eventos e nas áreas comuns, sempre alinhados à demanda do mercado e ao aprimoramento contínuo da experiência dos nossos clientes.
DIÁRIO – Sob a perspectiva operacional, de que forma é possível integrar o modelo de hospitalidade da tradicional hotelaria portuguesa às especificidades do mercado carioca, marcado pela informalidade e pelo apelo turístico? Essa complementaridade gera diferencial competitivo perceptível ao cliente?
Oferecer atendimento de excelência, serviço de qualidade e proporcionar uma experiência memorável são pilares que transcendem nacionalidades. Embora o Pestana tenha uma cultura própria, da qual nos orgulhamos profundamente, o destino onde estamos inseridos, o Rio de Janeiro, nos desafia diariamente a adaptar nossa abordagem, justamente por recebermos hóspedes de diferentes países e culturas.
Essa diversidade exige sensibilidade e flexibilidade, para moldar a experiência conforme o perfil de cada visitante. Felizmente, encontramos muitas afinidades culturais, e a língua portuguesa é um elo que aproxima e facilita a conexão com grande parte dos nossos hóspedes.
No cenário atual, e olhando para o futuro da hotelaria, o foco está na personalização. Atender de forma individualizada deixou de ser diferencial e tornou-se expectativa. Para que isso se concretize, é essencial investir continuamente em tecnologia e, sobretudo, em mão de obra qualificada. São esses elementos que transformam cada estadia em uma experiência única e inesquecível.
DIÁRIO – Segurança pública e mobilidade: Quais estratégias são adotadas para mitigar esses fatores externos e assegurar a melhor experiência ao hóspede?
Nosso compromisso é garantir que todos os aspectos da experiência do cliente, sob nossa responsabilidade, tanto no hotel quanto na cidade, sejam verdadeiramente extraordinários. Nosso objetivo é proporcionar ao visitante a melhor vivência da sua vida.
Reconhecemos que há desafios complexos em áreas que fogem ao nosso controle, mas estamos plenamente disponíveis para colaborar em debates e estratégias que envolvam o destino, junto às autoridades competentes.
Percebemos uma clara disposição das entidades ligadas ao turismo em impulsionar o crescimento e o desenvolvimento do Rio de Janeiro como destino. Esperamos que esse empenho se mantenha, pois há um vasto potencial a ser explorado, para que a cidade alcance o protagonismo turístico que merece.
DIÁRIO – Qual é o percentual de participação do setor de A&B na receita operacional total? Há planos para ampliar esse desempenho, por meio da qualificação das ofertas distribuídas entre café da manhã, restaurante, rooftop, deck bar e lobby bar?
A área de Alimentos e Bebidas representa aproximadamente 20% da receita total do hotel, e enxergamos nela grande potencial de crescimento, para impulsionar os resultados das nossas unidades.
Recentemente, o Pestana criou um departamento centralizado em Portugal, dedicado exclusivamente ao negócio de F&B, com o objetivo de desenvolver novos conceitos, investir em inovação e maximizar o desempenho dessa vertente estratégica.
No Pestana Rio Atlântica, implementamos um ponto adicional de café da manhã, exclusivo para os hóspedes das suítes, oferecendo uma seleção diferenciada de itens que elevam ainda mais a experiência. Além disso, temos projetos promissores para 2026, sob a liderança do chef Cristiano Penteado, com novidades e novos cardápios pensados para surpreender e encantar nossos clientes.
DIÁRIO – Transformações recentes do setor, como a digitalização dos processos de check-in, discussão sobre diária 24 horas, revisão da jornada de trabalho e incremento de requisitos regulatórios em sustentabilidade, têm sido absorvidas de forma consistente pela operação?
Somos favoráveis a todas as mudanças que visem aprimorar as condições do turismo, beneficiando empresas do setor, profissionais e, sobretudo, os nossos hóspedes. No entanto, é fundamental que essas transformações sejam conduzidas com base técnica sólida, por profissionais e entidades que compreendam profundamente o fenômeno turístico, sua dinâmica operacional e suas necessidades reais.
Defendemos que qualquer iniciativa seja orientada por uma estratégia de médio e longo prazo, voltada ao desenvolvimento sustentável do destino. Mudanças motivadas por interesses imediatistas, desvinculadas da lógica do turismo, tendem a comprometer o progresso do setor e devem ser evitadas.
DIÁRIO – Quantos colaboradores compõem atualmente o quadro funcional do hotel? Em termos operacionais, como esse processo é conduzido e quais impactos diretos são observados na performance dos serviços?
Atualmente, contamos com 103 colaboradores, com posições em aberto e planos concretos para reforçar nosso quadro até 2026. A capacitação da equipe está no centro da nossa estratégia, e, neste ano, promovemos formações para todos os líderes do hotel, além de uma capacitação específica voltada ao departamento de governança, abrangendo as equipes das áreas públicas, andares e lavanderia. Essa iniciativa reforça o papel essencial da Governança no bem-estar dos nossos hóspedes e no cumprimento do nosso propósito de proporcionar momentos memoráveis.
O calendário de treinamentos tem se consolidado como um dos principais investimentos nas nossas equipes. Acreditamos que a formação contínua é fundamental para o desenvolvimento dos nossos profissionais e para a valorização da experiência do cliente. Por meio dos treinamentos, fortalecemos a sinergia interna, promovemos uma compreensão mais profunda dos valores da empresa e cultivamos maior senso de pertencimento e propósito.
DIÁRIO – O turismo brasileiro tem registrado recordes de movimentação, tanto no fluxo doméstico quanto na entrada de visitantes internacionais. Esse cenário tem repercussão nos níveis de ocupação e no crescimento da diária média do hotel? Quais são as projeções de performance para 2025?
Estamos bastante satisfeitos com a performance do destino Rio de Janeiro no período pós-pandemia. Vivemos um momento positivo, impulsionado, principalmente, pelo segmento de lazer, mas também pelo crescimento consistente do turismo de eventos, corporativos e de entretenimento.
Acreditamos que a cidade ainda possui grande potencial a ser explorado nesses segmentos e esperamos que a atual estratégia de desenvolvimento seja mantida, pois tem gerado resultados expressivos. Ao mesmo tempo, reconhecemos que há oportunidades de melhoria que precisam ser endereçadas, para que o destino alcance todo o seu potencial.
Em nossa unidade, temos registrado crescimento tanto na taxa de ocupação quanto na diária média, em comparação com o ano anterior. Nossa projeção é aumentar a receita em aproximadamente 18%, refletindo o bom momento do setor e o fortalecimento das operações.
DIÁRIO – Quais são as expectativas do hotel em termos de ocupação, receita e performance durante o réveillon e a alta temporada?
As expectativas seguem positivas quanto à performance do destino nos próximos meses. Reconhecemos que novembro representa um desafio maior, em relação ao mesmo período do ano passado, especialmente considerando o impacto significativo do evento do G20, realizado em 2024 na cidade. Ainda assim, as projeções para dezembro e para o início do primeiro trimestre de 2026 são bastante promissoras, com indicadores superiores aos registrados na mesma época do ano anterior.
Com investimentos contínuos, equipes altamente capacitadas e uma operação alinhada às novas demandas globais do setor, o Pestana Rio Atlântica reafirma seu protagonismo na hotelaria carioca.
Em um destino de visibilidade internacional, que se prepara para receber um fluxo expressivo de turistas durante o verão, o Réveillon em Copacabana e o Carnaval, um dos maiores ciclos de geração de receita do turismo mundial, o hotel se destaca pela combinação entre tradição portuguesa, identidade local e gestão orientada por dados, eficiência e personalização.
Ao elevar padrões operacionais e fortalecer sua oferta de serviços, o Pestana segue contribuindo, de forma direta, para o posicionamento do Rio de Janeiro no cenário global de viagens e hospitalidade, consolidando-se como referência estratégica na competitiva orla de Copacabana.
