Antes de pensar no Plano Municipal de Turismo, nunca se esqueça dos locais, sobretudo os empresários e do terceiro setor (no caso aqui as associações de turismo, os C&VB e afins)
por Eduardo Mielke*
Papel é um objeto flexível que se bem trabalhado a partir da fibra, fica liso, branco e, principalmente aceita tudo. Pessoas podem gerar ação e neste quesito, pessoas sempre são melhores que o papel. Porém, da trabalho lidar com elas. O que é bom! Se pessoas aceitassem tudo o nosso mundo seria, no mínimo chato, né?
Romantismos a parte, planos são importantes. De fato. Mas, no contexto da realidade do turismo, são poucos aqueles que são seguidos a risca. Você conhece algum? São feitos mais para cumprimento de prerrogativas legais do que outra coisa. Além do mais, desde da época do Brasil-colonial colecionamos um histórico de não cumprir aquilo que está no papel. Não é a toa que a expressão “para inglês ver” seja tupiniquim. Parece que temos um DNA histórico bem forte neste quesito. Se tens dúvidas sobre o tema, sugiro muito a leitura dos livros: Formação do Brasil Contemporâneo do Caio Prado Júnior (Ed. Companhia das Letras), como a e A Cabeça do Brasileiro, de Carlos Alberto Almeida (Ed. Record)
E para contribuir a isto, a viabilidade dos planos não é bem estabelecida. São aprovados sem estabelecer o quanto de recursos ($$$) a eles devem ser aportados, a fim de levar a cabo suas metas, ações… Isto explica, por sua vez, a incapacidade do turismo mostrar a quê a quem veio. E enquanto olharmos para fora do município (somente), nunca a sociedade local dará este valor. É uma mudança de postura que ainda está bem longe de ser entendida…bem longe…
O sucesso do turismo da sua cidade depende muito mais de pessoas empoderadas do que prateleiras empoeiradas.
Antes de pensar no plano, nunca se esqueça dos locais, sobretudo os empresários e do terceiro setor (no caso aqui as associações de turismo, os C&VB e afins). Ao invés de fazer mais um documento que virá mais um pedaço de papel, prefira sempre investir seu tempo na construção de um COMTUR forte, deliberativo e de maioria empresarial, onde cada elo da engrenagem tripartite tem seu papel bem definido pelo Regimento Interno e Estatuto. Inverta a lógica. O sucesso do turismo da sua cidade depende muito mais de pessoas empoderadas do que prateleiras empoeiradas.
Rimas a parte, hoje vale é o conceito de Cooperar para Competir. Então faça o plano no COMTUR, onde seus pontos são discutidos durante suas Reuniões e não fora. Evite modelos feitos sob encomenda. Cooperação vem do construir e é feito de e em grupo…de pessoas. O papel sempre vem como resultado, nunca antes. Pense nisso.
Dúvidas de como fazer um grupo forte? Me escreva!
Um abraço. Mielke. Dr.
eduardomielke@yahoo.com.br