Dr. Carlos Kaduoka trabalha como diretor de consultoria da SITA, empresa especializada em desenvolvimento de tecnologia para o mercado aeroportuário. Baseado em Londres, Kaduoca atua no desenvolvimento de produtos que auxiliam aeroportos na transformação digital, através da criação de um plano diretor de tecnologia. Mapeando a introdução de novas ferramentas, como por exemplo, 5G, blockchain, inteligência artificial, tem como objetivo melhorar as operações de aeroportos, criar para o passageiro uma experiência personalizada, mas principalmente um planejamento de tecnologia alinhada com o visão estratégica do aeroporto.
EDIÇÃO DO DIÁRIO
“Há otimismo em relação à indústria da aviação em 2020, com expectativas de um melhor desempenho na América Latina, devido a melhorias e fortalecimento das economias. Em 2020, as companhias aéreas serão ajudadas pela recuperação de 1,8% prevista pelo FMI, liderada por um crescimento mais forte no Brasil e no México e mais tímido, porém existente, na Argentina e Venezuela. Isso representa um balanço positivo de 500 milhões de dólares em comparação com uma perda esperada de 400 milhões de dólares em 2019 (IATA, 2019). Portanto, a colaboração entre companhias aéreas e aeroportos será fundamental para apoiar o crescimento da aviação”, explica.
Durante esse período de crescimento, também haverá uma nova geração de viajantes experientes em tecnologia (techy savvy traveller) que também mudarão a forma como escolhem, compram e a expectativa de uma experiência personalizada, da viagem e principalmente nos aeroportos. E a tecnologia, juntamente com as plataformas de mídia social, lhes permitirão explorar o mundo digitalmente. Esses viajantes experientes em tecnologia serão sustentados por uma infraestrutura de comunicações robusta e avançada, que também apoiará o desenvolvimento e a adoção de novos modelos de negócios digitais. O núcleo da infraestrutura de comunicações será ativado pelo 4G e pelas próximas redes 5G. O impacto transformacional das redes 5G pode ser visto na forma como serviços e aplicativos são usados. Por exemplo, permitindo que aeroportos forneçam redes muito melhores para passageiros, seus parceiros de negócios e inquilinos.
Embora as conexões mais rápidas sejam bem-vindas pelos passageiros, os principais benefícios estão no lado comercial, trazendo capacidade de dados para criar eficiências significativas. Uma área em que podemos observar o impacto do 5G é nos aplicativos de Realidade Virtual (VR) ou Realidade Aumentada (AR) que ajudarão a experiência do viajante. Tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e Aprendizado de Máquina (Machine Learning – ML) também desempenharão um papel importante para identificar e aprender sobre os padrões (pattern) de compra do passageiro (por exemplo, escolhas e decisões sobre viagens) que ajudarão as empresas a criar um modelo de engajamento relevante para o viajante digital. Um exemplo, os passageiros podem comprar bilhetes para ônibus de turismo em seus smartphones e capturar sua imagem facial biométrica para criar um único token, permitindo o embarque e desembarque automatizado. Esse é o mesmo conceito do SmartPath da SITA, que permite que os passageiros usem o rosto como cartão de embarque nos aeroportos.
Em um futuro próximo, há a grande possibilidade da utilização do mesmo token para facilitar a experiência geral da viagem. No Air Transport Insight 2019, divulgado recentemente pela SITA, os CIOs dos aeroportos indicaram que o investimento em ‘Inteligência artificial’ é uma importante área de foco, com a implantação de grandes programas atingindo 29%, ante 9% em 2018. A visão de uma viagem integrada e sem atritos não está muito longe do futuro. E o objetivo da SITA é apoiar os aeroportos em sua jornada de transformação digital, que envolve a evolução de processos e serviços para oferecer uma melhor experiência a todos os passageiros e clientes, adotando e implementando novas tecnologias (ex AI, ML, robótica, etc) e integrando-as às já existentes.
Especialista em tecnologia para aeroportos vem ao Brasil
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