Fátima Gatoeiro: ‘Mulheres que escrevem o turismo do Brasil’

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Assessora de Imprensa desde 2014 na maior entidade representativa de interesses das agências de turismo do país, a Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV Nacional), Fátima Gatoeiro coleciona mais de 25 anos de atuação na cobertura do trade de turismo.

REDAÇÃO DO DIÁRIO com texto de Tárcia Oreste


Nascida e crescida em São Paulo, Gatoeiro conta que o jornalismo foi uma escolha tardia em sua vida, pois chegou ao final do Ensino Médio sem nenhuma certeza de sua vocação profissional. “O sonho, na época, era me tornar secretária executiva em alguma multinacional”, relata a jornalista. Hoje, ela é formada em Comunicação Social pela Fiam, com MBA em Economia do Turismo pela FEA/ECA- USP.

Fátima entrou no jornalismo de turismo por acaso. Em entrevista ao DT, Gatoeiro traz detalhes de uma vida dedicada à cobertura do setor, dentro da série “Mulheres que escrevem o turismo do Brasil”, acompanhe abaixo:

DIÁRIO – Você está no turismo, cobrindo e contribuindo para divulgar destinos pelo Brasil e pelo mundo há pelo menos 25 anos… como você começou essa trajetória no setor?

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O turismo entrou na minha vida totalmente ao acaso, assim como aconteceu com o jornalismo, na verdade, quase que simultaneamente. Costumo dizer que minha vocação foi despertada pelo cheiro de tinta para impressão, quando trabalhei como recepcionista na diretoria na CLY, a Cia. Lithographica Ypiranga, gráfica do Grupo Folha, que imprimia as principais publicações da época.

A Revista Voar, especializada em aviação, era uma das clientes da gráfica e quando soube que estavam precisando de secretária, me candidatei à vaga. Lá fiquei por seis anos, ainda na área administrativa, mas já cursando Comunicação Social e de olho em uma oportunidade na redação. Ela surgiu no último ano da faculdade, e cheguei a assinar uma coluna da revista, uma espécie de painel de mercado onde escrevia sobre leasing de aeronaves. Pouco tempo depois, a editora foi colocada à venda e como o futuro da revista era incerto, meu nome foi indicado para uma seleção aberta no Brasilturis Jornal, onde fiquei por quase 18 anos. Somado o tempo de casa também nas redações da Panrotas e Revista Hotelnews, foram 25 anos de cobertura do trade.

Por cerca de dez anos, Gatoeiro cobriu o Pow Wow nos EUA (Arquivo Pessoal)

DIÁRIO – Como mencionado, você fez parte da equipe do Brasilturis Jornal por cerca de 18 anos. Como foi a sua experiência neste e em outros veículos de comunicação?

Fui muito feliz em todas as publicações por onde passei e me sinto privilegiada por ter vivido essa experiência nas décadas de maior expansão para o turismo. Época de ouro para as agências de viagens e de grandes oportunidades para a aviação e a hotelaria, principalmente. Empresas nacionais se consolidavam e o Brasil se abria para as marcas internacionais que acabaram impulsionando o processo de democratização das viagens.

Depois de 25 anos participando de pautas e viagens incríveis, acaba por ser difícil citar um único fato particularmente marcante, mas gostava muito de cobrir inaugurações, como a do Disney Fantasy, o quarto navio da Disney, que cobri para o Panrotas, em 2012. Entre os eventos internacionais, destaco o Pow Wow, nos EUA, que cobri pelo Brasilturis por quase dez anos seguidos. Entre os muitos destinos visitados, [gostaria de realçar] Huilo Huilo, no Chile, uma das últimas pautas cobertas para a Revista Hotelnews.

DIÁRIO – Como você vê o jornalismo de turismo hoje?

Vejo como um reflexo da própria evolução do setor, mais democrático e com o foco mais amplo, propondo discussões que extrapolam a prateleira de produtos e serviços para o campo da política e da economia. O turismo movimenta e interage com centenas de segmentos diferentes e isso abre um leque enorme de conteúdo a ser explorado.

Fátima em foto de 2011 em visita à assessoria de imprensa Baobá Comunicação (Arquivo pessoal)

DIÁRIO – Quais são as suas perspectivas para o jornalismo de turismo nos próximos anos?

Penso que será cada vez mais multifacetado e exercido nos mais diversos canais. Os meios eletrônicos e as redes sociais garantiram um grau de independência inimaginável quando eu comecei, quando não havia alternativa aos veículos impressos.

[Aos que iniciam na cobertura do trade], que aproveitem todas as oportunidades, mas não se rendam à tentação de explorar o óbvio, busquem diferenciais na sua cobertura e ampliem o foco para que ela compreenda gostos diferentes e necessidades distintas das suas.

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