Festas Juninas 2015: Fagulhas que Aquecem e Mantém a Tradição

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Por Andrea Nakane*

O ano de 2015 não está sendo fácil para ninguém e nem para nenhum setor da economia brasileira.

Em todas as esferas os cortes e retenção de verbas estão em evidência e vem transformando a forma de viabilizar negócios.

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E os eventos juninos não ficaram de fora dessa onda!

Com orçamento prejudicado, seja pela economia capenga, seja pela crise da  seca ou pela chuva excessiva e pela participação mais tímida da Petrobras em patrocínios, cidades nordestinas cortaram os gastos com uma das maiores festas populares da região: o dia de São João, comemorado em 24 de junho, chegava a durar mais de um mês.

Agora, os dias de shows foram reduzidos e, em ao menos 20 cidades nordestinas, em Estados referências na organização dessas festas como Bahia, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe, nem festa haverá, já que as mesmas foram canceladas.

Em outros municípios ocorreu a alteração da data de realização para julho, já que os cachês das atrações musicais tendem a ter uma queda de valores em função de uma menor demanda.

Para se ter uma idéia mais clara das dificuldades é interessante analisar o perfil de um dos mais importantes patrocinadores desse tipo de evento: a Petrobras vai investir R$ 1,7 milhão em 14 cidades. O volume é 80% menor que o de 2014, quando distribuiu R$ 7,7 milhões a 130 cidades.

Segundo a confederação dos municípios, os repasses do Fundo de Participação dos Municípios, base do Orçamento da maioria das cidades nordestinas, caiu 1,4% este ano, com inflação de 6,4%.

Muitos projetos também buscaram outras formas de geração de receitas. Com a moda dos food trucks, cidades optaram por locar seus espaços para esses empreendedores, já que com um maior valor agregado de produtos ofertado para venda, o custo tanto da locação quanto do percentual do comissionamento também é mais elevado.

O que realmente não foi abalado é a vibração contagiante e o ritmo frenético das festas que dificilmente deixam alguém sem querer balançar os pés e entrar no “anarrié”.

Isso sem falar que as festas juninas são eventos para quem aprecia boa comida e bebida. Tem para todos os gostos e bolsos, alimentos saborosos, doces ou salgados, típicos da época e outros até que receberam o “raio gourmetizador” e tornaram-se iguarias de grande finessé.

Portanto para afugentar a tristeza e renovar as energias para um segundo semestre que vislumbra ser tão penoso quanto o primeiro, nada como curtir uma autêntica festa junina e pedir não só para São João, mas para todos os outros santos que nos abençoe e possibilite que todo esse clima ruim suba para o alto na boca de um lindo balão… cenográfico é claro, já que soltar balões é crime!

* Andréa Nakane é Diretora da Mestres da Hospitalidade e professora universitária da Metodista SP.

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