A economia brasileira tem apresentado desempenho abaixo das expectativas e do potencial do país, com projeções nada animadoras para o futuro. A análise é do Fundo Monetário Internacional, o FMI, publicada em um artigo sobre a economia brasileira nesta semana.
Agências com EDIÇÃO DO DIÁRIO
O FMI estima que o Produto Interno Bruto, a soma de todas riquezas do país, tenha crescimento de pouco mais de um por cento e meio neste ano, e dois e meio por cento em 2019.
A dívida pública federal é um dos fatores que influenciam na estagnação da economia brasileira, de acordo com o FMI. O Tesouro Nacional estimou, em janeiro, que a dívida federal pudesse terminar o ano de 2018 em quatro trilhões de reais. No ano passado, a dívida era de pouco mais de três trilhões e meio de reais.
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No texto publicado, o fundo monetário recomenda que o governo Federal continue com as reformas para equilibrar as finanças do país. O FMI destaca ser de “suma importância” que o governo promova consolidação fiscal contínua e a sustentabilidade do sistema previdenciário. O caminho, para isso, seria por meio das reformas da Previdência e Tributária, atualmente paradas no Congresso Nacional.
O economista Carlos de Freitas entende que a dívida pública é um problema que precisa ser resolvido logo. Ele é a favor da aprovação das reformas, no entanto, ressalta que os temas são complexos e precisam ser analisados um por um, com responsabilidade.
“É um problema que os economistas estão prestando atenção já há algum tempo e a dívida pública tem crescido, de fato, em uma proporção que causa preocupação. É preciso corrigir essa trajetória. A correção por meio das reformas é urgente, é fundamental para que a economia ande. Agora, a problemática tem várias facetas e precisa ser atacada com transparência pelo novo governo”, disse.
Previsões
O ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à presidência pelo MDB, Henrique Meirelles, lembra que o país controlou recentemente uma queda histórica da economia.
Mas, as propostas apresentadas pelos outros candidatos à presidência, que ele classifica como representantes dos extremos de direita e esquerda, têm reflexo nas previsões de crescimento da economia de forma negativa.
“Nós tivemos uma queda do PIB de 3,5%, em 2016. Cresceu 1%, em 2017. Portanto, uma mudança para melhor de 4,5%. É muito. As razões de que o crescimento deve ser um pouco menor são, exatamente, as propostas radicais e irresponsáveis de alguns candidatos, que estão propondo, inclusive, voltar atrás e fazer tudo aquilo que foi feito no governo da Dilma, e que levou o Brasil para a recessão”, explicou.
Números do IBGE mostram que a produção industrial teve queda de quase 11%, em comparação com dados do mês de abril. Esse foi o pior resultado desde dezembro de 2008.
Os recuos mais acentuados na produção industrial foram registrados em Mato Grosso, com menos 24 por cento, Paraná com quase 18 e meio por cento negativos, Bahia e Santa Catarina com menos 15 por cento. São Paulo e Rio Grande do Sul tiveram perdas na produção de 11 por cento.