Não há evento no segmento de turismo e viagens no Brasil que se compare ao Fórum Panrotas. Sua personalidade é única. Depois de 19 bem-sucedidas edições anuais, só interrompidas em 2020 por conta da pandemia, é considerado referência por todos que fazem parte do ecossistema turístico.
CONSELHO EDITORIAL DO DT
Principal fonte de atualização, conhecimento, informação, tendências e reflexões, não é de admirar que tanto audiência como patrocinadores disputem avidamente por um lugar ao sol no encontro.
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Este ano não foi diferente. Os registros do movimento nos dias 21 e 22 de junho comprovam. Um público superior a 1300 participantes – o que obrigou os organizadores a encurtar o prazo de inscrições para evitar overbooking – tornou o Fecomercio, em São Paulo, pequeno para abrigar daqui para a frente a expansão do evento. Por isto nos dias 7 e de março de 2023 o Fórum passa a ser realizado no WTC Events Center, que oferece um espaço maior.
Da mesma forma, houve um recorde de patrocinadores. Foram 40 marcas, em um aval que mescla o prestígio da Panrotas com os bons resultados para os negócios ao se associar ao encontro.
Qual o segredo de tanto sucesso do Fórum Panrotas? Apenas a carismática e indispensável liderança de Guillermo Alcorta, fundador da empresa, somado à sorte de contar com um sucessor como seu filho José Guilherme, bem-preparado e competente? Ou a equipe permanente, sincronizada, motivada e criativa, e que se sente como parte da família?
É tudo isto junto, e mais um tripé que gera uma verdadeira usina de sucesso. O trio é formado pela qualidade do conteúdo, que merece maiores detalhes a seguir; o primor de organização, graças a uma perfeita orquestração de 200 profissionais de serviços nos bastidores; e a oportunidade de gerar network e interação entre os participantes durante os diversos momentos da programação.
O faro apurado para detectar temas relevantes e atuais que interessam a indústria como um todo, mas sem deixar de lado qualquer segmento, dão ao Fórum Panrotas uma característica única. Trata-se de sua capacidade infinita de renovação, antenada com as expectativas dos trade. Com isto o evento ganha flexibilidade e humanidade. Contrasta com a rigidez das fórmulas gastas e a mesmice que permeiam encontros similares. Um bom exemplo desta iniciativa foi a decisão de abandonar este ano a figura de um mestre de cerimônias convencional. No seu lugar, houve um rodízio de quem faz o dia a dia do turismo. Isto contribuiu para que o evento ganhasse uma simpática autenticidade e uma demonstração de valorização e contribuição à autoestima dos profissionais do mercado.
Na programação eclética coube um pouco de tudo. Desde painéis com os maiores players da América Latina (do Despegar / Decolar.com ao BeFly; du da Gol a Latam) até pesquisas inéditas de interesse do setor, apresentações de destinos, tecnologias, parques e atrações, hotelaria e agências. Não foram esquecidos temas como diversidade e inclusão social, inovação, experiências em viagens, e avaliação do momento político pelo jornalista William Waack.
De forma democrática, subiram ao palco dirigentes, gestores e profissionais que atuam no mercado turístico do país. Artistas como Gabriel Satler e Miguel Falabella também deram sua contribuição ao clima de emoção e reencontro pós-pandemia que permeou durante os dois dias do encontro.
No 19º Fórum Panrotas surgiram novas tendências para viagens e turismo, das quais destacamos dez:
- O mercado já trabalha com o fim, ou pelo menos, aprendeu a conviver com sua presença agora atenuada, e incorporou as medidas sanitárias de forma permanente. O consumidor, cansado da pandemia, está voltando a viajar em ritmo acelerado.
- Neste primeiro momento o foco das viagens é principalmente doméstico, com prioridade para destinos regionais. Existem enormes oportunidades neste instante para o turismo doméstico. O público de lazer está aumentando mais rápido que o corporativo.
- O Brasil é um destino privilegiado por oferecer condições únicas diante das preocupações pós-pandemia. Conta com um potencial turístico e características que serão muito valorizados nesta pós-pandemia.
- O reconhecimento do papel do agente de viagens cresceu durante a pandemia, principalmente quando se fez necessária uma presença física em emergências. Além disso, pesquisas indicam que a maioria dos consumidores ainda usa o agente de viagens para suas viagens.
- A pandemia produziu mudança de hábitos, o que exige dos operadores de turismo cada vez mais recursos tecnológicos e flexibilidade nos processos e métodos de pagamentos. Na prática, as agências físicas estão se tornando também OTAs, com seus acessos multicanais.
- O viajante não busca apenas passagens e hospedagem, mas obter experiências e participações, seja em atrações, eventos ou outras atividades do destino a que se dirige. “O que fazer” é algo que geralmente não está no radar, ou é pouco explorado na comercialização, embora represente a terceira maior fonte de gastos do turista. Isto se traduz em oportunidade de negócios em potencial, tanto para agências como hotéis.
- As agências precisam vender mais que hotéis e aviões, buscar rentabilidade em atividades complementares. Daí estão surgindo ecossistemas, capazes de alavancar negócios e gerar novas oportunidades.
- A pandemia permitiu uma retomada mais rápida às locadoras de carros, que agora buscam desenvolver novos produtos e gerar demandas adicionais.
- A diversidade e a inclusão estão deixando de ser uma intenção para se tornar uma exigência. Mais que reconhecer que as pessoas são diferentes, o consumidor cobra cada vez mais soluções adaptadas por tipo de público, não-discriminatórias, e não-exclusivas.
- A preocupação ecológica vai ditar quais operadores do turismo vão permanecer no mercado, ou se tornar marginalizados por não adotar práticas compatíveis com o meio ambiente.
Fórum Panrotas, uma forma do sucesso.