Por Zaqueu Rodrigues*
Destino de monumentos naturais que dispensam apresentações como as Cataratas de Iguaçu, uma das sete maravilhas do mundo, Foz do Iguaçu (PR) oferece atrações que ultrapassam a contemplação e conquistam outros sentidos, como o paladar.
Nos últimos anos, a cidade também tem sido descoberta pela cultura da cerveja artesanal, que inspira novos empreendedores.
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É o caso do professor doutor Agenor Maccari Jr., que se licenciou da Universidade Federal do Paraná para comandar o bar-cervejaria artesanal 277 Craft Beer.
Ele explica que a essência do espaço é valorizar a tradição local. “Do cardápio à decoração, destacamos a nossa identidade. O regional é a principal marca, tanto que nosso logo é um trator”.
O nome 277, prossegue o professor cervejeiro, refere-se ao número da principal rodovia que dá acesso à cidade, a BR 277.
No local, apenas um vidro separa o bar da fábrica de cervejas. A produção chega a 13 mil litros por mês. “Aqui, fabricamos 14 tipos cervejas artesanais”, conta Agenor.
Quebrando preconceitos
Para ensinar sobre a sua arte, Agenor promove encontros de cervejeiros no local e bate-papos abertos ao público. “É uma forma de quebrar muitos preconceitos em torno da cerveja artesanal”, diz.
O 277 Craft Beer também fabrica licor de café e chá mate. E Agenor não esconde a felicidade ao dizer: “Eu vendo mais chá mate do que Coca-Cola”.
Os visitantes do bar-cervejaria não podem deixar de experimentar a queridinha da casa: a cerveja Garota de Capanema. “É a nossa loira belga, fabricada com açúcar Mascavo da vizinha Capanema”, explica.
Com apenas quatro meses de ‘estrada’, o 277 Craft Beer preserva propósitos muito bem definidos, afirma Agenor. “Resgatar e reforçar a identidade cervejeira da cidade”.
Fomento Legal
A história cervejeira de Foz do Iguaçu ganhou um importante capítulo em 2017. A Câmara de Vereadores aprovou e o prefeito Chico Brasileiro sancionou um projeto de lei que regulamenta a produção, a comercialização e o consumo de cervejas artesanais na cidade.
O projeto, que visa incentivar a produção artesanal local e impulsionar o turismo, foi elaborado pela Secretaria de Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégicos sob a gestão de Gilmar Piolla. O documento reconhece os chamados “brewpubs”, estabelecimentos produtores.
A lei permite a produção, a comercialização e o consumo no próprio local. O texto reconhece como micro-cervejeiro o empresário que registre uma produção de até 20 mil litros mensais e 240 mil litros anuais.
“Ao instituir a lei, Foz de Iguaçu deu um passo muito importante para ser reconhecida também pela sua qualidade cervejeira, o que irá fomentar o turismo local e enriquecer a gastronomia”, ressalta o Secretaria de Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégicos Gilmar Piolla.
Nova história começando
Piolla afirma que o fomento à cultura cervejeira de Foz de Iguaçu amplia a cada ano com encontros e festejos. Nesse sentido, a legislação da cidade criou o Festival Cervejeiro, que reforça a tradição e premia os melhores produtores com o selo Excelência na Produção de Cervejas Artesanais.
“A cidade é mundialmente reconhecida por suas riquezas naturais. Agora, o mundo também está a conhecendo pelo aspecto gastronômico e cervejeiro. Produzimos aqui algumas das melhores cervejas artesanais do país e estamos desenhando uma rota turística para essa tradição. Essa história está apenas começando”, incentiva o Secretário.
Serviço:
Bar 277 Craft Beer
Rua Marechal Floriano, 790
Foz do Iguaçu – PR
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*O repórter viajou a Foz do Iguaçu convidado pelo Festival das Cataratas