Governo apoia Fusão entre Gol e Azul para fortalecer o setor aéreo
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarou que uma eventual fusão entre Gol e Azul seria positiva para o setor aéreo, destacando seu potencial de fortalecimento da aviação brasileira. “A prioridade nossa do governo é preservar a aviação do país, fortalecer. Mas, sobretudo, preservar a geração de empregos e renda”, afirmou Costa Filho em entrevista à Reuters.
Detalhes da proposta de fusão
A Azul e a Abra, maior investidora da Gol e da colombiana Avianca, assinaram recentemente um memorando de entendimento não vinculante, sinalizando a intenção de combinar suas operações no Brasil. A nova companhia aérea dominaria cerca de 60% do mercado doméstico, superando o braço local da chilena Latam, que possui 40% de participação de mercado.
Apesar do potencial de consolidação, a concentração no mercado levantou preocupações concorrenciais e receios sobre possíveis aumentos nas tarifas. O presidente-executivo da Latam, Jerome Cadier, destacou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deverá impor “medidas de mitigação sérias” para aprovar o acordo.
Benefícios e desafios da Fusão Gol e Azul
Silvio Costa Filho vê a fusão como uma solução para fortalecer as duas companhias, preservar empregos e melhorar a conectividade regional. Ele destacou ainda que, com o fortalecimento financeiro, ambas as empresas poderiam reduzir custos de crédito e redesenhar suas malhas aéreas. “Eu não vejo que isso vá resultar em aumento de preços de passagens”, disse, acrescentando que o Cade analisará os impactos minuciosamente, com uma possível decisão final em 2026.
No entanto, críticos apontam desafios. O ex-presidente do Cade, Gesner Oliveira, acredita que o consumidor pode ser o maior prejudicado em caso de aprovação. “Nós precisamos de mais competição, não de menos”, declarou.
A visão das empresas envolvidas
John Rodgerson, presidente-executivo da Azul, destacou que a prioridade das empresas é aumentar a capacidade para atender à demanda de forma mais eficiente. “A maneira para atacar preço é capacidade. Tem que botar mais capacidade”, afirmou em entrevista.
Costa Filho também mencionou que as empresas indicaram preferir aumentar seus ganhos por volume, e não por preços elevados, apontando que, com o crescimento de sua estrutura operacional, as tarifas poderiam até ser reduzidas.
Pandemia e reestruturação no setor aéreo
Desde a pandemia da Covid-19, companhias aéreas na América Latina enfrentam dificuldades financeiras, sendo obrigadas a buscar reestruturação. A Gol está em recuperação judicial nos Estados Unidos desde 2022, enquanto a Azul renegociou dívidas recentemente, convertendo-as em participação acionária.
O papel do governo e as perspectivas do Cade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha de perto as negociações e apoia a fusão entre Gol e Azul como uma estratégia para evitar a falência de uma das companhias, segundo uma fonte próxima ao presidente. Apesar da possível união, ambas as marcas continuarão operando de forma independente.
Por sua vez, o superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto de Souza, garantiu que a agência avaliará o impacto da fusão com rigor, assegurando que o consumidor não será prejudicado.
Fusão entre Gol e Azul: um futuro incerto, mas promissor
Embora o mercado aguarde a decisão do Cade e os possíveis desdobramentos, analistas do JPMorgan acreditam que a baixa sobreposição de redes entre Gol e Azul favorece a fusão. Essa combinação, caso aprovada, poderá transformar o setor aéreo brasileiro, equilibrando inovação, conectividade e desafios regulatórios.
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