Gol está pronta para crescer, diz Constantino

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Em evento para marcar o décimo aniversário da oferta pública de ações (IPO) na bolsa de Nova York, o presidente do conselho de administração da Gol, Constatino Junior, e o presidente da companhia, Paulo Kakinoff, disseram ontem, a cerca de 50 analistas e investidores, que a aérea está pronta para voltar a crescer com segurança, sem correr os riscos que fizeram a empresa a perder R$ 3 bilhões em três anos, entre 2011 e 2013.

Segundo os dois, a Gol encerrou a reestruturação que ocupou a sua agenda por quase três anos. Diferentemente do modelo de expansão agressiva de oferta, que marcou a estratégia até 2011, a aérea assumiu um programa, até 2016, que busca ampliar receitas no mercado doméstico sem elevar quantidade de voos. Enquanto no segmento internacional, o objetivo é elevar capacidade e gerar mais receita em moeda estrangeira.

"O ajuste precisava ser feito", disse Constantino Jr, que deixou a presidência executiva para Kakinoff, em 2012. Para recolocar a companhia na rota, Constantino disse que a decisão de "trazer sangue novo" para a direção foi acertada. "Eu estava acumulando funções. E as pessoas estavam sempre optando para deixar as decisões comigo", lembra, apontando que isso estava engessando a empresa.

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Constantino disse que a reestruturação foi desenhada no início do segundo semestre de 2011. "Esperamos passar a alta estação para tornar o processo menos impactante", conta, explicando que na alta estação, entre novembro e março muitos voos estavam já vendidos. A Gol cortou mais de 4 mil funcionários, reduziu em mais de 10% a oferta de assentos por quilômetro voado, devolveu aeronaves.

Kakinoff disse que a participação dos funcionários foi decisiva no plano de negócios da empresa. Por isso, citou, a Gol pode aumentar a produtividade em 64% desde 2011, atingindo R$ 603 mil por empregado em junho. E o faturamento por voo cresceu 35% nessa mesma base, para R$ 31,3 mil.

A Gol quer gerar ainda mais receita por voo. O plano é atrair mais demanda do cliente corporativo. Mas não haverá aumento de oferta no Brasil. A empresa quer voar com aviões mais ocupados.

O plano internacional é dividido em duas parte. Com aviões próprios, os Boeing de um corredor apenas, a companhia vai ampliar as rotas para destinos na América do Sul e Caribe, com linhas como a que liga Fortaleza a Buenos Aires ou Campinas a República Dominicana. "Também vamos atender os EUA, mas a parte sul, com nossos voos que fazem parada na República Dominicana", disse Kakinoff, reforçando que a estratégia será voar os Boeings que a companhia já utiliza, de um corredor apenas.

Kakinoff considera arriscado entrar na disputa pelas rotas dos grandes corredores, como São Paulo-Nova York, por exemplo, que demandaria aviões maiores, de dois corredores. Para essas rotas internacionais, a Gol vai explorar as parcerias – principalmente com a Delta para os Estados Unidos, com a Air France-KLM para a Europa e Etihad para o Oriente.

O fluxo de pagamentos de compromissos até 2016 pode ficar mais suave, disse ontem o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da companhia, Edmar Lopes. "Esperamos que esse fluxo fique ainda mais suave ao longo dos próximos anos", afirmou o executivo, que vem encontrando com analistas e investidores da Europa e dos Estados Unidos desde a semana passada.

Segundo agências de classificação de risco de bancos, a Gol vai captar no mercado ainda este mês cerca de US$ 500 milhões, emitindo bônus com vencimentos de sete a dez anos. Os recursos serão usados para comprar títulos da própria companhia que estão em circulação, com prazos mais curtos e taxas de juros mais elevadas.

A Gol tem US$ 392 milhões em vencimentos este ano, outros US$ 603 milhões em 2015 e mais US$ 320 milhões em 2016. Somados, esses valores representam menos de metade do caixa que a companhia detinha em 30 de junho.

O repórter viajou a convite da Gol

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