O DIÁRIO entrou em contato com o presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo – Fenagtur, Henrique Dantas para saber a situação real do segmento.
Após consultar vários representantes da categoria nos estados, Dantas disse ao DT que a curto prazo os efeitos são nefastos para todos pois ninguém – categoria nenhuma – estava preparada para isso.
“A médio prazo é compreender a dinâmica/comportamento do Setor do Turismo pós-pandemia para restabelecer conexão entre todos que participam direta e indiretamente”, disse.
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Segundo Dantas, a MP 936/2020 que institui o pagamento de um Benefício Emergencial de Preservação do Emprego contemplou a categoria.
“Fomos uma das primeiras entidades a realizar contato com o Ministério do Turismo, logo após os estados começarem a estabelecer o distanciamento social. A partir desse momento sabíamos que o turismo seria imediatamente impactado, interferindo também no trabalho do Guia de Turismo. Com isso tivemos que nos antecipar realizando pedido formal ao MTur para contemplar o Guia de Turismo em programas de apoio aos trabalhadores do setor por meio do Governo Federal”, disse ao DT.
Dantas acrescenta que no dia 20 de março a federação protocolou ofício no MTur afirmando da preocupação da entidade em resguardar os 24 mil profissionais Guias de Turismo.
“Nos antecipamos nessa ação, no entanto sabemos que o auxílio emergencial trata de uma ajuda circunstancial paliativa aos autônomos no Brasil. Caso a pandemia se prolongue não sabemos que cenário vamos conviver”, analisa.
Ações
Henrique explica que a Fenagtur orientou que todos os sindicatos representativos tomassem a liberdade de atuar diretamente em seus estados diante de gestões publica e privada, buscando sensibilizar e ajustar apoio aos profissionais por meio de suas lideranças regionais e locais.
“Além disso, a categoria nesse momento está completamente fragilizada por conta desse cenário atual. Somos profissionais autônomos e grande parte não migrou para o Micro Empreendedor Individual – MEI. A maioria recolhe apenas com a Previdência Social para efeito de aposentadoria e garantias sociais. E diante desse cenário, alguns guias receberão o auxílio emergencial e outros não”, diz.
Segundo ele, em alguns estados, as bases locais estão conseguindo atenuar o momento, quando conseguiram cestas básicas e kit higiene e limpeza com parceiros do trade, iniciativa privada e gestão pública.
“Estamos encarando o momento com muita dificuldade porque não sabemos quando retornará o turismo. Diante dessa perspectiva estamos tentando nos reposicionar e enxergarmos possibilidades que contribuam para o futuro do Guia de Turismo. A situação é de extrema dificuldade por conta da ausência de rendimentos. Quando o turismo não acontece, o guia não trabalha e automaticamente fica sem ganhos financeiros”.
O 40º Congresso Brasileiro de Guias e Turismo que aconteceria no mês de maio em Vitória – ES, foi transferido para 2021.
Nova era
Informa Dantas que a federação lançará em breve plataformas digitais que visam aproximar o Guia de Turismo dos parceiros do turismo e visitantes; além de capacitar profissionais para encarar as tendências que vem revolucionando o mundo do digital.
“Vamos entrar numa era que não saberemos como será o comportamento do visitante pós-pandemia. O Guia de Turismo terá que se encaixar nesse mundo de incertezas para criar novas possibilidades de oportunidade e trabalho.
“Esperamos que essa pandemia passe o mais rápido possível e possamos encontrar o direcionamento ideal para o turismo acontecer novamente. Por enquanto estamos torcendo que as autoridades encontrem o caminho para minimizar o impacto financeiro e social à sociedade e o turismo brasileiro.
Precisamos que tudo se estabilize, para hotéis, restaurantes, transportadoras, agências, operadoras, parques temáticos, locadoras e guias de turismo possam contribuir para conquistarmos a confiança do visitante”, afirmou ao DIÁRIO.
Não temos apoio algum aqui no Paraná. Nem pelo menos uma previsão de quando tudo vai voltar ao normal, para que possamos voltar a trabalhar na área.