Hospitalidade pet como diferencial competitivo – por Daniel Pereira

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Quem trabalha com hospitalidade sabe que atender bem é uma arte muito conectada ao que é mais importante para as pessoas. Alguns desses aspectos podem até variar de um lugar para outro por influências culturais, mas outros são mais transversais e crescem a tal ponto que falam com todo tipo de sociedade. É o caso da paixão pelos animais de estimação e como isso tem impactado diversos mercados.

O Brasil tem hoje mais de 139 milhões de pets, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET). Destes, 54,2 milhões são cães. É um universo muito grande considerando que temos cerca de 214,8 milhões de habitantes. Seguramente, as famílias estão mais abertas aos bichinhos, mas esta não é a única mudança progressiva de comportamento neste campo. A relação com eles também mudou bastante.

Se há alguns anos era comum achar quem defendia que lugar de cachorro era no quintal e que alimentação era a sobra do almoço ou jantar, isso caiu por terra. Os animais deixaram a condição de mascotes e cada vez mais vêm assumindo a respeitosa e merecida posição de membros da família. Exagero? Não acho. João, meu Shih Tzu, também não. Nós dividimos a casa e diversos momentos felizes. Muitos, inclusive, são protagonizados por suas demonstrações de carinho, além de, claro, trapalhadas e situações divertidas.

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Na pandemia, muita gente adotou animais para companhia em tempos de isolamento e acabou descobrindo muito mais do que isso. E depois de tanto tempo com restrições, agora as pessoas querem sair mais e com seus pets. Ou seja, desde o passeio no bairro com aquela parada estratégica no restaurante preferido até uma viagem mais longa entram na lista de coisas para fazer, desde que esses locais aceitem e estejam preparados para receber animais. Isso tem se tornado até um critério para a escolha de experiências e destinos e é aí que a hospitalidade entra, mais uma vez, para fazer a diferença.

Vamos fazer uma conta rápida: sabendo que o número de animais de estimação é gigante e só cresce no Brasil, que as pessoas agora têm uma relação diferente com seus pets, desejam sair mais e que agora tendem a escolher programas pet friendly, temos boas oportunidades de negócios aqui.

E não tem só a ver com números, mas com feeling. Com o valor que as pessoas têm por seus bichinhos, nada pode ser avulso e sem propósito. É preciso ser genuíno.

Conversando com a Mariana Castro, publicitária que é especialista em lifestyle pet, fiquei
sabendo de algumas ações que estão avançando em diferentes setores e que valem o
compartilhamento. Existem hotéis investindo em kits de boas-vindas para animais de estimação, o que tem se demonstrado uma tendência. Com ele, o tutor recebe itens de higiene para pequenos acidentes fisiológicos, caminhas, comedouros, bebedouros, petiscos e brinquedos.

Em alguns casos, até banho pós-passeio oferecem. Ela indicou, também, que mais exemplos se espalham por outras áreas. É o caso da loja de materiais de construção com carrinhos adaptados, supermercados que investem em áreas especiais onde os pets podem ficar enquanto os tutores fazem compra, e dos shoppings que passaram a preparar suas estruturas e treinar equipes de limpeza e segurança. Tudo isso sob a luz do faturamento de R$ 51,7 bilhões no mercado pet brasileiro em 2021.

É claro que o caminho não é fácil. Reforço aqui que toda ação precisa ter propósito, ser genuína. Para isso, é fundamental se cercar de boas ideias, parceiros e fornecedores. Justamente o que nos esforçamos para trazer a cada edição da Equipotel. Em nome do evento e do João, meu Shih Tzu querido, digo que a hospitalidade tem muito a aprender e ganhar com os animais, mas em uma proporção diferente do que eles nos entregam.


Daniel Pereira é gerente da Equipotel

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