As medidas restritivas da pandemia continuam castigando duramente o turismo e a hotelaria na capital baiana. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA) apontam os números do mês de março, nada animadores. Os números divulgados são fruto da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo), realizada pela ABIH, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seções Bahia e Brasil.
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências
Em abril, a taxa de ocupação média foi de 20,33%, semelhante a do mês anterior (20,36%). Ainda que superior a de abril de 2020 (11,23%, início da pandemia e pior taxa já verificada), essa ocupação é insuficiente para cobrir os custos de funcionamento das estruturas de hotéis que operam 24 horas, todos os dias da semana, com altos custos fixos, de manutenção e que não podem prescindir de uma numerosa equipe presente para prestar os serviços requeridos.
Em média, a taxa de ocupação tem sido semelhante nos finais de semana (20,74%) e nos dias de semana (20,18%), embora em alguns hotéis de lazer e frente mar essa diferença chega a alcançar de 5 a 10 pontos percentuais.
De acordo com Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA, dentre os principais fatores que ajudam a compreender esse desempenho destacam-se as medidas restritivas decorrentes da pandemia, fechamento das praias e comércio. “O renovado medo da contaminação que acompanhou a segunda onda também tem contribuído com essa queda, muito embora os hotéis tenham incorporado todos os protocolos e medidas de segurança recomendados pelos órgãos oficiais”, relata.
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A diária média de abril ficou em R$ 319,44, semelhante a do mês anterior (R$ 312,88) e bem abaixo da praticada nos dois primeiros meses do ano (janeiro R$ 371,79 e fevereiro R$ 351,63). Se excluirmos da média as informações referentes aos hotéis de luxo, presentes no mercado e na amostra da pesquisa, teríamos uma diária média em abril de R$ 223,30, mais próxima a de boa parte dos hotéis.
Vale observar que, segundo a última pesquisa censitária do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pesquisa Nacional de Serviços de Hospedagem de 2016) 38,9% dos meios de hospedagem da Região Metropolitana de Salvador tem até 19 quartos e 80,2% tem até 49 quartos. Ou seja, a rede hoteleira é composta em sua maioria de pequenos hotéis independentes, cujos resultados dificilmente podem ser contemplados por esta ou qualquer pesquisa de desempenho da hotelaria, normalmente feita por meio remoto. No entanto, é de se supor que, considerando o pequeno porte da maioria dos estabelecimentos, a diária média real deve ser, todavia, inferior à contemplada por essa e qualquer outra pesquisa.
“A flexibilização das medidas restritivas, a reabertura das praias e o importante avanço da vacinação, que coloca Salvador em destaque na mídia nacional como uma das capitais que já vacinou mais de 20% de sua população, nos dão esperança de resultados melhores para os próximos meses. Ainda assim, a situação continua delicada para a maioria dos hotéis que acumulam perdas significativas. Os prejuízos são irreparáveis e vão ficar marcados na história. Seguimos pedindo o apoio do setor público para evitar maiores perdas. A esperança de dias melhores é o combustível para continuar lutando por esse setor tão importante para a Bahia”, pondera Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA.
Os números aqui divulgados são fruto da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo), realizada pela ABIH, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – seções Bahia e Brasil. O levantamento é digital e os dados são fornecidos diariamente pelos hotéis ao Portal Cesta Competitiva. A média resultante constitui indicador para avaliar a evolução da atividade de hospedagem na capital baiana.