Ignorando alertas, governo britânico encerra isolamento para infectados e deixa de disponibilizar testes gratuitos. Premiê Johnson diz que país vive transição de medidas obrigatórias para responsabilidade pessoal.
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências
O primeiro-ministro do Reino Unidos, Boris Johnson, anunciou nesta segunda-feira (21) a suspensão das últimas medidas ainda vigentes no país para combate à pandemia de covid-19, o que inclui também o fim da exigência de isolamento para infectados.
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Segundo Johnson, o pais estaria numa fase de transição, das restrições impostas pelo governo para uma questão de responsabilidade pessoal. A estratégia seria tratar a covid-19 de forma semelhantes às demais doenças transmissíveis, como a gripe.
“Temos agora níveis suficientes de imunidade para completar a transição da proteção da população com intervenções do governo para a confiança nas vacinas e tratamentos como primeira linha de defesa”, disse o premiê.
Apesar dos alertas de cientistas de que o fim das restrições poderia enfraquecer a capacidade do país de controlar e rastrear o coronavírus, Johnson confirmou para esta quinta-feira o fim do isolamento obrigatório para os infectados, assim como do rastreamento de seus contatos.
Os infectados com o coronavírus receberão recomendações para permanecer em casa, mas não terão mais direto a ajuda financeira do governo, caso não possam trabalhar.
A partir de 1º de abril, os testes de PCR feitos em laboratório estarão disponíveis somente para os idosos e portadores de imunodeficiências. Os autotestes rápidos de antígeno não serão mais oferecidos pelo governo, devendo ser comprados pela população, como já ocorre em diversos países.
Virus ainda está aí
Maiores de 75 anos poderão receber a quarta dose da vacina contra a covid-19, assim como os mais vulneráveis à doença acima de 12 anos de idade. O governo aceitará a aplicação da quarta dose na população em geral caso as autoridades de saúde do país assim recomendem.
Londres ressaltou, entretanto, que a pandemia ainda não terminou, e que o vírus Sars-Cov-2 pode reservar ainda algumas surpresas, como o surgimento de novas variantes. Para Johnson, o fato de a rainha Elizabeth 2ªter contraído o coronavírus no último domingo seria um alerta de que “o vírus ainda não foi embora”
O Palácio de Buckingham informou que a monarca de 95 anos apresenta sintomas leves, semelhantes a um resfriado, e ainda manteve suas tarefas menos exigentes, além de seguir todas as recomendações do governo.
O novo plano se fundamenta na convicção de que vacinas e tratamentos sejam capazes de manter o controle sobre a doença. O primeiro-ministro alertou a população para não abandonar a cautela, porém teria chegado a hora de “encorajar a responsabilidade pessoal.”