As dúvidas que até hoje possuía sobre Inteligência Artificial (IA) foram praticamente dissolvidas após a palestra do professor Marcelo Almeida Magalhães, um dos maiores especialistas no assunto.
Por Paulo Atzingen, do Rio*
Marcelo foi convidado pelo Rio Soul Connection, empresa de promoção e networking e foi recepcionado pela diretora do Pier Mauá, Denise Lima, para realizar sua palestra Inteligência Artificial, Turismo e ChatGPT.
O palestrante, que é doutor em Engenharia Civil pela UFF-RJ e Mestre em Administração de Empresas pela COPPEAD-UFRJ , começou sua aula alertando sobre as precipitadas interpretações contrárias à inteligência artificial. “Sou alucinado por inovação, e vou falar de como a inteligência artificial pode impactar positivamente a economia. Trata-se de uma conspiração do bem, não é uma palestra”, disse.
De cara, Magalhães lembrou que esses sistemas de inteligência artificial não pensam e não possuem cognição, no entanto possuem inúmeras qualidades, entre elas a rapidez analógica e de decisão, excelente percepção geral e uma ótima capacidade de planejamento operacional.
“Essas vantagens, segundo ele, possuem seu contraponto, como por exemplo falta de inteligência cognitiva e social, pouca percepção ambiental, manipulação sem alta precisão e são incapazes de gerar inovação radical”, enumerou.
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O Generative Pre-Trained Transformer (GPT) é um algoritmo capaz de gerar diversos tipos de informação e responder questões diferentes de muitas áreas. “Já o modelo GPT-3 é capaz de escrever texto que podem ser confundidos com produções textuais feitas por seres humanos”.
E apresentou de forma didática de como se pode produzir um texto em GPT por meio do comando: “O que fazer no Rio de Janeiro?”, considerando que a maioria dos presentes atua na área de turismo e viagens.
“Você faz uma pergunta ao chatGPT e ele gera um texto construído a partir de células dentro de uma planilha”, mostrou.
Antes objetos, agora algoritmos
Na palestra de Magalhães descobri que até então as ferramentas da inteligência artificial serviam para classificar objetos. Magalhães deu o exemplo de imagens de gatos e cachorros. Agora, como o modelo GPT-3 é possível produzir informação tendo como base um algoritmo.
Magalhães alertou às pessoas que estavam no Armazém 1 (antigo Youtube Space) do Pier Mauá que estamos no limiar de uma grande mudança promovida pela Inteligência Artificial. “A tecnologia de dados, a Inteligência Artificial chega para se trabalhar menos e ganhar mais tempo, e obviamente mais recursos”, enumerou.
O que vai acontecer?
Magalhães trouxe números estratosféricos. Lançado em novembro de 2022, o ChatGPT chegou em 5 dias a 1 milhão de usuários. Em janeiro deste ano superou a marca de 100 milhões de usuários ativos mensais.
Segundo ele, a capacidade de análise e de poder descritivo do ChatGPT é fabulosa. “Ele tem poder de analisar e descrever o que aconteceu, diagnosticar por que isto aconteceu? e capaz de prever o que acontecerá?
Geração de conteúdo, assistentes virtuais, tradução de textos e tradutores simultâneos, planejamento e gestão de atendimento e até avatares interativos já estão aí batendo à porta
Pílula Vermelha ou Azul
Diante da estupefação dos expectadores, Marcelo contemporizou usando a figura da pílula vermelha ou azul, sendo que a Azul eram as limitações e a Vermelha as vantagens da IA.
O impacto da IA nos empregos (pílula vermelha), segundo ele, é expansivo e de alta performance, muita repetição, atendimento de complexidade baixa ou média, automação e mecanicismo.
O palestrante apontou o impacto da IA nas atividade laborais (pílula azul) e seus pontos positivos. A IA pode ser uma aliada dependendo da forma como for usada.
“As limitações da Inteligência Artificial são, por enquanto evidentes nos quesitos criatividade e inventividade”, disse ao DIÁRIO. E nos tranquilizou: “A produção elaborada de textos, roteiros (turísticos) e originalidade ainda não estão nesse domínio”, sintetizou.
“A pílula azul, aponta para tarefas eminentemente insubstituíveis e a tecnologia da inteligência artificial não vai substituir”.
Quando ia para o hotel no Uber leio que o Google acabava de lançar nesta quarta-feira o seu chatbot Bard, acirrando a disputa pela preferência dos usuários com o ChatGPT. A briga de cachorro grande digital já começou.
*Paulo Atzingen é jornalista e fundador do DIÁRIO DO TURISMO
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Paulo, obrigado pela sua presença e pelo seu feedback! Um grande abraço