Dois grupos de credores do grupo Itapemirim protocolaram, na sexta-feira (7), um agravo de instrumento contrário à sentença que decretou a falência do grupo. A falência foi decretada no fim de setembro pela 1º Vara de Falências e Recuperações Judiciais do TJ de São Paulo. A viação está em recuperação judicial desde 2016. A notícia é do VALOR ECONÔMICO, assinada por Cristian Favaro.
Segundo o jornal, os credores que manifestaram discordância são representados pela Ligo Capital, que tem um passivo na casa de US$ 2 milhões com o grupo, assim como a Queluz Asset Management — cujo passivo se aproxima dos US$ 16 milhões.
Após a decisão de falência, credores e a nova diretoria do grupo, Transconsult, eleita em assembleia, demonstraram insatisfação. A visão é de que a decretação de falência teria sido precipitada, uma vez que os credores aprovaram em assembleia em maio a destituição da antiga diretoria — que estava sob o comando de Sidnei Piva. A Transconsult apresentou um aditivo ao plano de recuperação judicial em primeiro de agosto e que ainda não foi votado pelos credores.
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“Os credores gostariam de ter tido a oportunidade de discutir o aditivo em assembleia”, disse Bruno Valladão, sócio do Motta Fernandes Advogados e representante da Ligo Capital.
O pedido dos credores é de que seja suspensa toda a decisão do juiz da vara de falência, ou pelo menos seja suspensa a parte da decisão que transferiu o direito de operação de linhas da Itapemirim à Suzanotur. O pedido será analisado pelo desembargador Eduardo Azuma Nishi.
A visão dos credores, apresentada em documento à Justiça, é de que a determinação do juiz de prosseguimento das atividades da empresa por um terceiro – a Suzanotur — seria prova da viabilidade do grupo Itapemirim.
Até maio de 2022, o grupo apresentava dívidas de R$ 106 milhões. Há ainda um passivo tributário, registrado até outubro de 2021, de R$ 2,387 bilhões. O grupo ainda estaria inadimplente com obrigações trabalhistas desde o mês de dezembro de 2021 até junho de 2022. Diversos trabalhadores demitidos entre março e maio deste ano não receberam a rescisão — até o momento, nem a nova direção foi capaz de calcular o tamanho do rombo. (VALOR ECONÔMICO)