Lígia Marcondes: a experiência e a energia inspiradoras da Diretora da Revista Marco Zero

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Há exatos 32 anos, Lígia Marcondes e alguns parceiros decidiram mudar o cenário da comunicação voltada para o turismo e criaram a Marco Zero, uma revista sobre o universo corporativo do trade.

Hoje, experiente e influente no setor, Lígia alimenta sua alma empreendedora constantemente ao seguir no comando da revista que se tornou portal e ao embarcar em novos projetos.

Em entrevista ao DIÁRIO, a diretora de Redação e Comunicação Estratégica resgatou da memória detalhes de quando ‘tudo era mato’ no jornalismo de turismo, as mudanças que viu ocorrer e os planos daqui para a frente. A seguir, a conversa com Lígia Marcondes, uma inspiração para mulheres que já empreendem ou que sonham em liderar seu próprio negócio, seja no turismo ou outro segmento.

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Esta entrevista integra a série Mulheres que Escrevem o Turismo no Brasil, do DIÁRIO.

Como foi seu começo no turismo? Como entrou para essa editoria? O que mais lhe atraiu?

Lígia Marcondes – Desde 1988, quando decidi empreender, me juntei a alguns parceiros e começamos a fazer publicações para nossos clientes. Fizemos jornais e revistas para empresas dos mercados de seguros, agricultura e esportes. Com uma equipe criativa e muito proativa, decidimos criar um veículo próprio. Estudamos os mercados e assim nasceu a Marco Zero.

O que nos atraiu foi perceber que não havia uma publicação voltada para a área de negócios do turismo. E essa sempre foi a nossa especialidade e vocação. Falar do negócio de cada segmento em que atuamos.

O que nos causou muita estranheza, positiva, é bom destacar, foi a recepção que a revista teve. Ouvi de um grande empresário na época que o mercado não “merecia” uma revista tão bonita, bem-feita e com conteúdo tão relevante. Na hora não consegui entender se era um elogio ou um banho de água fria em nossos planos. Foi um elogio.

O que me atraiu para o mercado nos anos 1990 continua a me motivar ainda hoje. Sei que o turismo é o melhor caminho para o desenvolvimento do Brasil e quero continuar a fazer parte de tudo isso. Temos muito a crescer e a Revista Marco Zero pretende continuar a ser porta-voz dos acontecimentos.

Jean-Philippe Perol e Tasso Gadzanis, grandes incentivadores da Revista Marco Zero, desde o seu lançamento em 1992
Jean-Philippe Perol e Tasso Gadzanis, grandes incentivadores da Revista Marco Zero, desde o seu lançamento em 1992 (Foto: Arquivo Lígia Marcondes

O que mudou na questão da cobertura de turismo de lá para cá? Quais são os desafios hoje?

Lígia Marcondes – No início da Revista Marco Zero, eram poucos os veículos de comunicação especializados e os editores profissionais. Aliás, pouquíssimos eram jornalistas. O que mais havia eram pessoas querendo viajar, participar de eventos, almoços e jantares nos melhores restaurantes de graça. Ainda existem alguns “jornalistas” desse tipo, mas estão cada vez mais raros. Hoje, quem cobre turismo conhece o mercado e busca a especialização. Os jornalistas da nova geração, diferente de nós da velha guarda, que aprendemos no dia a dia, fazem pós-graduação, MBA e outros cursos.
A mudança aconteceu porque o mercado de turismo está muito mais profissionalizado. À frente das principais empresas do setor estão pessoas vindas de outros segmentos da economia e isso transformou o modus operandi.
O que não mudou, ainda bem, foi a maneira calorosa e alegre com que as pessoas convivem. O mercado de turismo é mais “leve” e descontraído no tratamento, mesmo entre concorrentes.

Com Fernando Cavalheiro, CEO da CEP Transportes e a jornalista Claudia Leite. Cobrindo o Lacte e revendo amigos.
Com Fernando Cavalheiro, CEO da CEP Transportes e a jornalista Claudia Leite. Cobrindo o Lacte e revendo amigos (Foto: Arquivo Lígia Marcondes)

A Marco Zero já tem mais de 30 anos, é isso? Lá atrás você imaginou ser idealizadora de um projeto tão longevo assim?

Lígia Marcondes – Pois é… Lá se vão 32 anos. Com meus parceiros do início, Marco Antonio Eid, Helen Mouço Morais, Cecil Rowlands, Inácio Teixeira, Acácio Morais, Heráclio Dantas e Eny Amazonas, criamos um projeto tão arrojado e abrangente que só poderia resultar em sucesso. Durante um período, por motivos pessoais, parei com a revista. Mas, foram inúmeros os pedidos, do mercado e da equipe que decidi voltar, dessa vez como portal, contando com o Gilberto e a Nádia Pacheco. E aqui estamos. Agora, além de manter alguns da primeira etapa, temos novos parceiros, que agregaram muito valor ao projeto, como o Marcelo Bacellar, nosso diretor de conteúdo e a Maria Guerreiro, editora da revista eletrônica.

Lígia Marcondes, editora da Revista Marco Zero
Lígia Marcondes é Diretora de Redação da Revista Marco Zero (Foto: Arquivo)

A revista tem um canal no YouTube, há um projeto para movimentá-lo mais? Como está essa questão das mídias sociais, existe desejo de investir mais?

Lígia Marcondes –  Com certeza. Vamos aumentar e regularizar o número de entrevistas para o canal do YouTube e, quem sabe, transformá-lo em streaming. Quanto às redes sociais, estamos com um engajamento bem razoável, especialmente porque é 100% orgânico. Entre visitantes no portal e nas redes, são quase 910 mil visitas por mês. Com a parceria que estamos fechando com uma empresa de marketing digital, esses números com certeza crescerão ainda mais.

Como você vê a atuação de jornalistas de turismo no âmbito do mercado brasileiro?

Lígia Marcondes – Como eu disse, os mais novos buscam especialização por meio de cursos especializados, pós-graduação, doutorado e MBA. O amadorismo e os “paraquedistas” não têm mais espaço. O próprio mercado os expulsa. Nós, editores, estamos em busca de cada vez mais profissionalizar e buscar a valorização de nosso trabalho. Desde 2021 iniciamos a criação da Federação Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Turismo – FEBTUR, entidade que nos representa e mostra ao mercado a importância do nosso trabalho, ainda pouco reconhecido e entendido por empresários e gestores públicos do setor. Estamos alcançando aos poucos nossos objetivos e, principalmente, ajustando o funcionamento da entidade. Com certeza, isso fará grande diferença nos resultados de nossos trabalhos e empresas.

Lígia Marcondes
Lígia Marcondes em um dos eventos do trade (Foto: Arquivo)

Qual destino internacional ou nacional que gostaria de conhecer antes de subir para as estrelas e por que?

Lígia Marcondes –  Internacional, a Grécia. Sou apaixonada por mitologia e história. Nacional, são quatro estados que ainda não conheço e quero ir com tempo para ter muitas experiências: Pará, Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.


Acesse a Revista Marco Zero clicando aqui.

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