sexta-feira, fevereiro 7, 2025
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Lisboa aprova referendo polêmico e pode por fim nos 20 mil aluguéis para turistas

Crise habitacional movimenta Lisboa, que terá em 2025 sua primeira votação popular

Lisboa aprovou um referendo local para votar a restrição de aluguéis de apartamentos por temporada para turistas.

A novidade se deu após a população se mobilizar para rechaçar a crise habitacional que ocorre na capital portuguesa, com um crescimento no valor do aluguel. Muitos residentes de Lisboa, aliás, relatam pensar em ir embora da cidade por conta do aumento de preço.

Airbnb e plataformas semelhantes

O principal causador, segundo os manifestantes, é a locação de moradias para quem passará um curto período de tempo no município. Airbnb e outras plataformas são usadas pelos proprietários para negociar os quase 20 mil aluguéis do tipo.

“É cerca de 8% do estoque total de moradias da cidade e estamos em uma situação de crise em que precisamos de casas para morar”, disse Raquel Antunes, gerente de projetos, de 23 anos, e integrante do Movimento Referendo pela Habitação.

Raquel ressalta que o movimento não era contra o turismo, mas que esses aluguéis estão tirando casas do mercado imobiliário e “os preços continuam subindo”.

Em Lisboa, o preço dos aluguéis mais do que dobrou na última década, de acordo com especialistas em dados habitacionais da consultoria Confidencial Imobiliário. Os preços das casas dispararam 200%.

Hotelaria aquecida, mas mercado imobiliário pressionado

Novos hotéis e aluguéis de temporada cresceram rapidamente em Lisboa desde 2015, quando o boom do turismo começou a ganhar ritmo na cidade. Embora isso tenha impulsionado a economia local, pressionou o mercado imobiliário e provocou protestos na capital e em outras cidades por parte dos moradores que lutam para ter um lugar para morar.

O referendo pode abrir um precedente para outras cidades europeias que enfrentam desafios semelhantes.

Após a aprovação do referendo local pela Câmara, o Tribunal Constitucional deverá aprovar as perguntas da cédula do referendo, que poderá ser realizado no primeiro semestre de 2025. Seria a primeira votação em Lisboa realizada por iniciativa popular.

O resultado poderia ser uma resolução vinculativa para eliminar gradualmente os apartamentos turísticos de Lisboa dentro de seis meses e impedir que os proprietários os instalem em edifícios residenciais no futuro.

Fonte: Reuters e MSN

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