Lorna Burleigh é a diretora das Escolas Yázigi de Idiomas, unidades República e Osasco, em São Paulo. Lorna é uma das responsáveis na implementação do Yázigi no Brasil, principalmente em sua segunda fase. A escola de idiomas foi a primeira franquia de serviços do Brasil e a primeira escola a integrar internet à sala de aula. Nessa entrevista concedida ao DIÁRIO, a educadora fala da evolução do interesse das empresas e das pessoas em se aprimorarem em uma língua estrangeira e como isso pode impactar o futuro do país que deve (e precisa) se inserir na economia global.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
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Segundo Lorna, a capacitação das pessoas no aprendizado de outro idioma já teve muito investimento de empresas, no entanto, de uns tempos para cá essas mesmas empresas têm delegado para as próprias pessoas conseguirem a sua capacitação. “Algumas empresas já esperam que essas pessoas saibam inglês ou até espanhol ou francês, alemão, o que elas precisam”, adianta.
Para a diretora, as empresas – em todos os segmentos – esperam que os seus funcionários já devam vir preparados para assumir os cargos, principalmente cargos mais executivos, gerenciais e diretivos. “Existe uma expectativa que as pessoas com cargos mais graduados dentro da empresa já tenham um conhecimento de inglês oriundo desde a infância-adolescência, não adquirido na idade adulta. Com o avanço da tecnologia, da internet, as pessoas têm muito mais aceso ao aprendizado de forma autônoma e isso cresceu bastante no nosso mercado”, informa.
Pouco investimento
Lorna lembra que quando a Internet entrou no Brasil – por volta de 1994 – o acesso à rede à época era restrito e muito lentamente os softwares de ensino à distância foram surgindo. Hoje isso mudou completamente, inclusive, lembra ela, muita gente estuda inglês de forma autônoma e em cursos de ensino à distância.
“Porém a prática presencial em um grupo, ou mesmo individual dentro de uma escola que direciona esse aprendizado ainda é muito válida e as próprias escolas bilíngues também estão ocupando bastante esse espaço”, revela.
Para a educadora, existe um crescimento muito expressivo na necessidade da população aprender um segundo idioma. “Ainda sinto que o governo falha nesse aspecto, pois investe muito pouco no incentivo do aprendizado de um segundo idioma. Saber um segundo idioma tornou-se uma necessidade – e é preciso que o sistema público de ensino ofereça uma melhor capacitação. Fala-se muito em desemprego – o desemprego existe, é real – porém se as pessoas tivessem mais capacitação, soubessem um outro idioma, com certeza estariam mais aptas para o mercado. Mas isso ainda não acontece.
Desde os 3 anos
Questionada sobre sua perspectiva na área de ensino de idiomas e línguas estrangeiras no Brasil para os próximos 15 anos, Lorna acredita que os pais devem incentivar e possibilitar que seus filhos comecem a estudar inglês e outros idiomas bem cedo. “Há alguns anos isso começava aos 11, aos 9, aos 7 anos. Hoje já se inicia a partir dos 3 anos; então as escolas bilíngues e mesmo as escolas de idiomas têm se preparado para ensinar crianças, e esse é o futuro a partir de hoje, ou seja, quem começa agora com 3-4-5 anos daqui a 15 anos vai ter 20 anos e vai estar preparado para o mercado, vai poder viajar para o exterior, fazer intercâmbio, então é um pessoalzinho que vai estar bem preparado para ser cidadão do mundo”, afirma parafraseando o slogan do Yázigi: “Você Cidadão do Mundo”.