Luigi Rotunno, da ABR: “Nossa associação é proativa, não vai a Brasília chorar”

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Segundo Luigi, o Projeto de Lei 640/03, que obriga os hotéis e pousadas do País a adaptar pelo menos 10% dos apartamentos a portadores de deficiência é um absurdo. A pauta foi votada sem muita análise, sem muito estudo em Brasília.

O presidente da Associação Brasileira de Resorts, Luigi Rotunno atendeu a reportagem do DIÁRIO durante o World Travel Market, realizado em São Paulo, durante os dias 4 a 6 de abril. Nesta entrevista, Luigi falou de vários assuntos fundamentais para a hotelaria e para os empreendimentos hoteleiros: Novos investimentos em resorts, burocracia fiscal e as pautas legislativas que sua associação tem levado para discutir em Brasília. Uma delas é sobre o Projeto de Lei 640/03 que obriga os hotéis e pousadas do País a adaptar pelo menos 10% dos apartamentos a portadores de dificiência. Acompanhe:

“Precisamos de Investidores Estrangeiros”

O mercado de resort é um mercado que ainda pode crescer muito no Brasil. Este segmento não caiu ainda no gosto do investidor pelo motivo do formato de incorporação imobiliária, diferente do modelo de hotel, apart-hotel; então ele (o investidor) ainda tem um pouco de dificuldade de entender o formato de investimento em resort. O mercado brasileiro é mais composto por investidores em um formato de condomínio, de prédio. Portanto, a gente precisa de investidores estrangeiros que entendam melhor esse formato. Infelizmente, por enquanto, o brasileiro não é muito aberto a investidores estrangeiro, pois encontram muita dificuldade em de se ambientar, entraves com os alvarás de construção e isso está freiando vários projetos que estão querendo entrar no Brasil. 

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“Burocracia”

Os resorts enfrentam todos os problemas de uma empresa brasileira. O Brasil é um país extremamente burocratizado, com excesso de regulamentação, dificuldade de aplicar essa regulamentação por falta de entendimento das mesmas. Então, isso é um freio, sem dúvida, dificulta o dia a dia do empreendimento e o próprio desenvolvimento. Mas acho que faz parte, a gente se acostuma de viver com esse ciclo, briga e trabalha muito para facilitar o futuro, mas não deixa de sobreviver, de fazer o seu trabalho. Mesmo assim, os resorts estão avançando.

Acreditamos que 10% é um número absurdo, que não faz sentido; nenhum país do mundo tem um número que supera 3%/ 4%

Pauta legislativa

“O ano de 2017, para nós, é um ano da pauta legislativa. Entregamos ao Senado, à Câmara dos Deputados e à Comissão de Turismo, na semana passada, uma série de reivindicações do setor. Estamos mostrando que a ABR não é uma entidade que só vai para Braília na hora de chorar, mas queremos ser proativo para o turismo. Estamos trazendo projetos inovadores e que possam regulamentar melhor o setor, não só os resorts, mas todo o setor em geral, e acompanhando os principais projetos e leis.

Cassinos e apartamentos com acessibilidade

Um deles é a legalização dos cassinos dentro dos resorts, projeto importantíssimo. O segundo é o reconhecimento da chancela “Resorts” pelo ministério do Turismo, que possa nos dar mais força internacional. Outro pleito é a modificação de projetos de leis, por exemplo, o de 2%, e não 10% como está no projeto de lei, para a adaptação de apartamentos para deficientes físicos.  Acreditamos que 10% é um número absurdo, que não faz sentido, nenhum país do mundo tem um número que supera 3%/ 4%. Em países hiper desenvolvidos como Londres, por exemplo, tem uma meta de 7% em 2030. Esse ponto não foi discutido, passou batido e ninguém se tocou do que estava acontecendo, o projeto de lei foi votado sem muita análise, sem muito estudo em Brasília. O problema é que é mais uma vez é um setor que fica prejudicado e a gente está tentando consertar esse erro do passado. Mas assim, a gente está bem atento agora e acompanhando para que não aconteça mais esses equívocos.

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