O Bourbon São Paulo é um hotel urbano, localizado no centro da capital e que costuma receber hóspedes em sua maioria corporativos. Em entrevista ao DIÁRIO, Luiz Adlen, gerente geral do hotel, afirmou que um dos desafios que o empreendimento vem enfrentando é o de trazer o hóspede de lazer e oferecer opções diferenciadas de gastronomia e cultura. Acompanhe a entrevista na íntegra:
DIÁRIO – O Bourbon São Paulo é um hotel urbano. Sendo assim, qual o perfil do hóspede? Qual o principal motivo de hospedagem?
LUIZ ADLEN – Nosso principal cliente é o corporativo. A maioria dos nossos hospedem vêm a negócios. Mas, hoje, nosso principal foco é mostrar ao cliente os grandes atrativos que existem no centro de São Paulo. Então, todo o ponto turístico, como a Estação da Luz, a Sala São Paulo e a Terra da Garoa, casa de espetáculo que vem trazendo atrações inéditas e contribuindo com o leque de atrativos culturais no centro da capital, é um parceiro em potencial para trazer novos hóspedes que fujam do perfil profissional. O cliente que se hospedar no Bourbon São Paulo poderá garantir seus ingressos para shows na Terra da Garoa com preços especiais e, ainda, a garantia de um transfer que o levará até o local e, depois, trará de volta ao hotel.
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DIÁRIO – Como o hotel trabalha a diária durante a semana e nos finais de semana?
LUIZ ADLEN – Durante a semana, nós trabalhamos a diária do hotel mantendo os preços de mercado. Como nosso principal cliente é o corporativo, as diárias semanais têm valor diferenciado. Hoje, o custo é a partir de R$ 189. Aos finais de semana, tentamos atrair o hóspede de lazer oferecendo uma diária mais competitiva e agregando serviços culturais no serviço. Por exemplo, nós criamos pacotes diferenciados incluindo passeios turísticos e gastronomia e o cliente pode escolher qual mais se adéqua ao seu desejo.
Nós temos um produto que é o City Tour São Paulo, onde um guia irá levar os hóspedes para conhecer os principais pontos turísticos da cidade, contar a história de cada lugar e, ao final, ele leva o grupo até o Pátio do Colégio e lá tem um ator que faz uma cena contanto como foi a fundação de São Paulo, fala sobre o Padre Anchieta e da missa celebrada para inaugurar a cidade.
DIÁRIO – Qual o balanço do terceiro trimestre?
LUIZ ADLEN – Ele foi muito positivo. Tivemos que fazer um esforço além do nosso planejamento para compensar a situação em que o mercado se encontra e, também, o período pós Copa. Posso afirmar que, em relação ao ano passado, tivemos um crescimento de 12% neste trimestre.
DIÁRIO – O prédio do Bourbon São Paulo é tombado pelo Patrimônio Nacional. Quais os principais aspectos arquitetônicos e históricos presentes até hoje?
LUIZ ADLEN – O prédio foi construído a mando de uma condessa italiana, que ainda tinha medo de guerras, por conta do final da Segundo Guerra Mundial, e pediu para que fosse construído um refúgio anti bombas, que hoje é o nosso Fitness Center. Era um prédio residencial de 31 apartamentos e, quando se tornou hotel, estes se tornaram 127 quartos, com 11 metragens diferentes.
O nosso principal objetivo é manter o aspecto histórico nos pequenos detalhes. Manter o hotel com o ar de “retro”. Estamos concluindo um retrofit nas Suítes Júnior e todos os móveis foram trocados e quarto ganhou uma aparência mais moderna, mas ainda mantendo o estilo vintage, que é a marca do centro de São Paulo.
LUIZ ADLEN – Completei, no último mês, 25 anos de carreira. No início, eu trabalhava na área operacional de operadoras de turismo e teve uma época em que cheguei a ser guia turístico na Disney. Após isso, comecei um trabalho de receptivo nos hotéis de Orlando e foi ai que surgiu a paixão por hotelaria. Fui conhecendo todo o trabalho realizada por trás, que nós chamamos de back, e me interessei pela área. Fiz cursos profissionalizantes, me formei em Administração e conclui Pós-Graduação em Marketing. Iniciei na hotelaria, no Brasil, em 1999. E, de lá pra cá, passei por diversos hotéis em diversas regiões.DIÁRIO – Luiz, você poderia contar um pouco da sua experiência na hotelaria?
Apesar de estar a apenas sete meses na gerência do Bourbon São Paulo, minha relação com a rede é de longa data. Há oito anos venho mantendo uma relação com a Bourbon, acompanhando seu trabalho e aprendendo com os diretores da rede. Estar na rede Bourbon hoje é um honra.
No Bourbon São Paulo eu cheguei com dois desafios. O primeiro foi a reformulação da gastronomia, que é uma das áreas que eu mais gosto, então acabou se tornando um prazer. Nós renovamos os cardápios, trouxemos um novo chef, o Alex Costa, que anteriormente estava no Bourbon Atibaia, reativamos o restaurante e o lobby bar, o que foi um grande desafio porque foi necessário criar um novo cardápio de drinks e petiscos e a previsão é continuar mudando. O segundo desafio foi manter a característica histórica do hotel e passar aos nossos colaboradores a importância do produto que é o Bourbon.
DIÁRIO – Como funciona o sistema de reservas da rede para a unidade São Paulo? E qual o percentual de vendas deste e por meio dos agentes de viagem?
LUIZ ADLEN – Nós temos uma central de atendimento geral, que faz reservas para todos os hotéis da rede. A porcentagem de venda nesse sistema chega a 35% do total. Já o agente de viagem representa cerca de 30%. O restante se dá às empresas que fecham pacotes conosco. Recebemos, por exemplo, um grande número de treinamentos, então as empresas usam os espaços de eventos, compram pacotes de alimentação e utilizam de todos os nossos serviços.
DIÁRIO – Qual a estrutura do Bourbon São Paulo para eventos?
LUIZ ADLEN – Hoje, temos uma estrutura pequena, reduzida, até por conta da arquitetura e concepção do prédio. Ela é foca em pequenos treinamentos, então temos cinco salas com capacidade entre 20 e 90 pessoas. O nosso diferencial é o serviço oferecido, conseguimos tratar o cliente com personalidade e proximidade, não tratamos os clientes como número.
Serviço:
Bourbon São Paulo (www.bourbon.com.br)