Marco Ferraz faz análise do balanço positivo das companhias maritimas no mundo

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Esse número deve crescer porque o setor não é tão instável quanto a aviação, por exemplo, afirma o executivo

REDAÇÃO DO DIÁRIO

O Estudo de Perfil e Impactos Econômicos de Cruzeiros Marítimos no Brasil, realizado em parceria entre a CLIA BRASIL (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), trouxe dados inéditos da temporada 2016/2017 no Brasil e no mundo, além de traçar a interferência do cenário da economia nacional e internacional no segmento e no comportamento do turista. O DIÁRIO conversou com Marco Ferraz, presidente da CLIA no Brasil e ele adiantou que o setor tem reagido. “O que aconteceu nessa última temporada foi até mais do que a gente esperava. A geração de impactos econômicos nas cidades das escalas foi muito grande, cerca de 25,279 mil novos empregos no Brasil”, disse ao DT.

Segundo o executivo, R$ 1,607 bilhão foi o impacto econômico dessa atividade turística na economia do Brasil, durante a temporada que teve início em novembro de 2016 e término em abril deste ano. Esse número, que engloba tanto os gastos diretos e indiretos das companhias marítimas, quanto os gastos de cruzeiristas e tripulantes, foi 15,9% menor em comparação ao período 2015/2016. Abaixo, transcrevemos os principais trechos da entrevista concedida ao jornalista Paulo Atzingen, durante a ABAV-Expo, em São Paulo 2017:

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DIÁRIO – Qual sua análise sobre o balanço das companhias marítimas de todo mundo à luz da recessão econômica, atentados terroristas,  etc?

MARCO FERRAZ –  Falando do setor no mundo, no ano passado, fechamos o ano com 24,7 mi de cruzeiristas, um número bem superior ao que imaginávamos. Com isso, nós levantamos para 25,8 mi a expectativa para este ano; 431 mil navios em operação e com 82 navios encomendados até 2016, um recorde e acréscimo de 50% no número de leitos que nós já temos. Por conta dos navios serem muito grandes, nossos leitos passam de 500 à 700 mil em operação. Destaque para a China, que cresce de forma progressiva , não quanto esperávamos, mas já possuímos 60 navios lá. A Austrália tem um número muito bom de 36 navios e quase passando de 1,1 mi cruzeirista. O Caribe tem 38% da oferta de navios lá; a Europa tem 30%, dividida entre o Mediterrâneo e a parte Norte. Outros destinos da Ásia e África também disputam e crescem cada vez mais.

DIÁRIO – O Brasil conseguirá se recuperar?

MARCO FERRAZ – O Brasil teve uma grande queda ano à ano, saindo de 20 navios na temporada 2010/2011 para 11 e 10, depois na última temporada para 7, chegando ao fundo do poço. 358 mil cruzeiristas abaixo dos um pouco mais de 500 mil do ano anterior. O que aconteceu nessa temporada de 1,6 bi foi até mais do que a gente esperava. O gasto dos armadores e dos tripulantes foi acima da média, a geração de impactos econômicos nas cidades das escalas. 25,279 mil novos empregos no Brasil; basicamente 14 cruzeiristas geram um emprego, ou um navio gera 3, 5 mil empregos. É um número interessante. Esse número deve crescer porque o setor não é tão instável quanto a aviação, por exemplo.

DIÁRIO – Quais as novidades para a próxima temporada?

MARCO FERRAZ – A novidade é o aumento de 12% da oferta mesmo com sete navios. Sai um navio com menos oferta e itinerários mais longos (até 14 noites) e entra um com mais itinerários e menos noites (3; 4 e 7 noites), dedicados ao Brasil. Isso aumenta de 390 mil leitos (ano passado) para 430 mil, com 40 mil leitos a mais. Praticamente, mais um navio.

Além disso, temos um novo destino, Balneário Camboriu, que por exemplo possui uma rota com 20 itinerários e números de destinos consolidados, oferecendo Beto Carreiro, Blumenau, o próprio Balneária Camboriu, as praias ao redor. A tendência é que cresça ainda mais.

Uma aposta das armadores também é ter mais embarques no Rio de Janeiro, pois quem é da região de Minas Gerais prefere ir de avião até a cidade maravilhosa do que ir até Guarulhos ou Congonhas e ter de ir até Santos de carro. Os mini-cruzeiros atraem mais eventos, como shows, casamentos etc.

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