Marta Rossi: mulheres que constroem o turismo brasileiro

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Marta Rossi dispensa apresentações. Seu nome está gravado nas mentes e nos corações de milhares de pessoas, em todos os jornais de turismo do Brasil, pois ele é  sinônimo dos principais eventos do Rio Grande do Sul, como o Festival de Turismo de Gramado – Festuris e o Festival do Chocolate, o Chocofest.  Marta integra o seleto grupo de mulheres que constroem o turismo brasileiro por seu conjunto de ações práticas, efetivas, reais.

REDAÇÃO DO DT

Decisora, comunicativa, carismática, circula por todos os ambientes, sejam os empresariais, sejam os políticos, sejam os institucionais e costura parceiras, efetiva alianças, constrói amizades. Por isso e por muito mais, Marta é uma das mulheres que constroem o turismo brasileiro. Confira na entrevista abaixo, concedida à repórter Mary Ellen, com texto da Redação do DT.

DIÁRIO – Quando você cursou graduação em Relações Públicas já imaginava em trabalhar com turismo? Você foi escolhida ou o turismo te escolheu?

Eu escolhi o turismo como trabalho, eu comecei a trabalhar muito, muito cedo, com quinze anos! Numa oportunidade que era possível fazer isso e eu precisava trabalhar, e fui trabalhar na Prefeitura Municipal de Gramado. Gramado na época já despertava com alguns pequenos eventos para o turismo, e me encantava este envolvimento que a comunidade tinha, porque era a comunidade que produzia os seus eventos, e eu era absolutamente encantada e engajada com isto, porque eu trabalhava de forma colaborativa com os eventos que aconteciam em Gramado. Então meu sonho dourado na época era poder estar junto a Prefeitura e poder realizar de forma profissional os eventos.

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E a escolha pela profissão de relações públicas, foi a partir da observação de uma amiga que foi Rainha das Hortências de Gramado, e na oportunidade as representantes da festa das Hortências tinham como missão fazer um trabalho de promoção do destino. A desenvoltura e talento dela (da minha amiga) me deixou impressionada e perguntei o que ela estava estudando na faculdade e ela me disse que era Relações Públicas.

Evidentemente que quando fiz o curso de RP, imediatamente me identifiquei porque eu sempre tive uma vontade muito grande de trabalhar com pessoas, de produzir eventos, de abrir canais de comunicação, tudo muito próximo do que eu decidi fazer, realmente eu escolhi a atividade turística.

Na época era um direcionamento quase natural das pessoas que aqui viviam, dos jovens principalmente, todos de alguma forma queriam trabalha pela cidade de Gramado.

 

DIÁRIO – Quando você e a Sílvia Zorzanello criaram a Festuris e o Chocofest imaginavam que estariam criando eventos fundamentais para cidade de Gramado-RS?

Sim, a Silvia (sócia da Marta que morreu em 2010) e eu quando criamos o Festuris e o Chocofest a gente tinha consciência da força que eles viriam a ter para região enquanto destino. A gente projetou isso no momento da construção dos eventos, o que a gente não tinha ideia é que o Festuris – por exemplo – de uma visão mais regionalizada que a gente tinha enquanto feira num período de cinco anos se transformaria num evento internacional. Claro que houve todo um trabalho para que isso acontecesse, mas nós não imaginávamos a velocidade que isso fosse acontecer e o quão grande iria se transformar…isso não estava em nosso projetos o que mostrou claramente que havia um espaço grande para que o evento crescesse e conseguisse alcançar a magnitude que alcançou.

Já o Chocofest foi um projeto muito pensado e estudado, buscando criar um diferencial para aproximar as crianças do mundo do chocolate no sentido de fidelizar as marcas produtoras de chocolate de Gramado. E acabou se tornando uma grife.

Marta: capacidade muito grande de aglutinação, diálogo (Crédito: R&Z)
DIÁRIO – Quais são seus pontos fortes que a ajudaram a ser uma empreendedora importante no turismo no mundo?
Olha, os pontos fortes que eu considero porque me ajudaram e ajudam muito enquanto empreendedora é a coragem, a determinação, a força do trabalho, a capacidade que eu tenho de aglutinação, além de uma capacidade muito grande de diálogo, são pontos que eu considero fortes e me auxiliaram a transcender. Me ampararam muito na realização de todos estes trabalhos.

DIÁRIO – Como é para você ter seu filho, Marcus Vinícius Rossi e o filho da Silvia, Eduardo Zorzanello dando continuidade ao trabalho de vocês? 

É fascinante ter aqui meu filho Marcus Vinícius, hoje um empreendedor que está junto de nós e ao mesmo tempo tem uma empresa e caminha pelas suas próprias pernas e aqui começou e também trilha o caminho dos eventos. E estar com o Eduardo é indescritível, além de matar as saudades porque ele é muito parecido com a Silvia é um ganho diário que eu tenho, porque eles trazem conhecimento para mim. E cada faixa etária contribui muito dentro de uma empresa, eu sei que eu contribuo bastante para o conhecimento deles através da minha experiência e dos passos dados até aqui, e por outro lado eles acrescem todos os dias o meu conhecimento, eles me instigam a busca, a saber sobre este novo período. Especialmente neste momento de grandes transformações.

Eu sou defensora da diversidade sempre fui dentro das empresas, não apenas de raça, sexo, enfim, eu falo da diversidade de olhares diferentes, sejam eles de idade, classe, estes olhares diferentes dão uma capacidade de crescimento maior para as empresas, porque eles trazem bagagens de experiência. Se nós empresários soubermos tirar proveito, nos tornaremos uma empresa mais criativa, com maior competência de alcançar os diferentes públicos. Eu sou muito grata a tudo que conseguimos construir até aqui, e grata pela oportunidade de estar aqui no meio de uma turma muito bacana e que tem a frente o Marcus e o Eduardo. 

DIÁRIO – Quais mulheres te inspiram e por quê?

Todas as mulheres me inspiram indistintamente e independente de classe social ou do trabalho que produzem, se dentro do lar ou fora do lar, eu me inspiro e tiro um pouquinho de todas as mulheres que me relaciono, as minhas duas grandes inspirações: foi a minha mãe, por ter trabalhado ao lado do meu pai e transformado a vida da nossa família. Eles foram colonos, saíram da colônia para se estabelecerem em Gramado e foram empreendedores vitoriosos, e neste processo todo minha mãe teve um papel fundamental porque ela não só cuidou da casa e dos filhos, mas trabalhou ao lado do meu pai nas diferentes frentes de trabalho que ele assumiu em cada etapa da sua vida.

Indiscutivelmente a Sílvia Zorzanello, nos tínhamos uma pequena diferença de idade, e ela por sua vez quando eu comecei a conviver com ela, ela já era um modelo, uma referência na cidade de Gramado e no Rio Grande do Sul em termos de turismo, e eu olhava pra ela e pensava que queria fazer exatamente o que ela fazia pela cidade de Gramado. Esta minha inspiração inicial voltada para o Turismo foi olhando para Silvia que depois eu tive a felicidade em tê-la ao meu lado, não só como sócia, mas como uma grande e verdadeira amiga.

DIÁRIO – O que você aconselharia aos jovens que saem hoje da faculdade de turismo? Qual seria o caminho mais provável de ser sucesso?

Olha, às vezes eu me questiono se a gente consegue realmente aconselhar no sentido do que é melhor para o sucesso, o caminho do sucesso não tem uma receita, ele sim depende de muito trabalho, foco e de uma identificação real do que a gente quer, mas o que eu posso talvez deixar como mensagem é que todo o jovem que ao sair de uma faculdade que ele olhe para o seu universo, ao entorno, e em seu interior, e veja qual é o seu sonho, se ele foi complementado no banco da escola ou não.

Eu diria a ele: “Antes de tudo corra atrás dos seus sonhos, o banco da escola ele é sempre uma referencia teórica, mas a vontade de vencer e de crescer ela está dentro da gente.”

É através do sonho que a gente se realiza, o banco da escola te prepara, sendo para o mercado que você escolheu ou não, porque o aprendizado ele nunca é excesso, ele é complementação e ao longo de toda a vida a gente precisa continuar a aprender, a gente precisa continuar simbolicamente num banco de escola. A identificação e a determinação em conquistar o meu sonho é que vai me levar para o sucesso.

Marta: profissionalismo, respeito, trabalho, perseverança (Crédito: R&Z)

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